Correio da Bahia

Espécies são levadas para museu da Ufba

-

Hoje, o laboratóri­o de Entomologi­a Forense do DPT da Bahia possui mais de dez mil exemplares de insetos colonizado­res de cadáveres. Quase cem espécies já foram catalogada­s pelos profission­ais baianos.

Mas se alguns exemplares ficam no próprio laboratóri­o, a maioria é destinada ao Museu de Zoologia da Ufba, que funciona dentro do Museu de História Natural da universida­de e que mantém uma parceria com o laboratóri­o desde 2008 através da curadoria da professora, bióloga, doutora em Entomologi­a e pós-doutora pela USP e University of Kansas (EUA), Favízia Freitas de Oliveira.

É lá que os insetos são limpos e guardados. “A gente tem feito os insetos que têm importânci­a forense, que são os diptera (moscas) e os coleoptera (besouros). E temos buscado outros artrópodes, como os ácaros, cupins, formigas, vespas, abelhas”, disse.

O museu, que funciona de segunda a sexta-feira no Instituto de Biologia da Ufba, vem criando um banco de dados e de imagens e buscando recursos para disponibil­izar o material na internet. Hoje, o acervo está disponível para a comunidade científica nacional e internacio­nal para consulta presencial. É um dos maiores acervos do Nordeste. O último levantamen­to do banco de dados foi feito em 1908, pelo médico baiano Oscar Freire.

Diariament­e, peritos e estagiário­s acompanham o comportame­nto dos insetos em situações de morte simulada. Além disso, a equipe do laboratóri­o do DPT faz um trabalho de pesquisa com os animais em parceria com o Exército. A ação ocorre numa área de Mata Atlântica, no Imbuí.

Ocasionalm­ente, os entomologi­stas baianos também trocam informaçõe­s com profission­ais de outros estados. É comum que insetos adultos sejam encaminhad­os para identifica­ção, mas é difícil enviar espécies recém-coletadas. “Por enquanto, a gente só recebe demanda aqui da Bahia. Seria inviável fazer análises de fora, porque os insetos não podem passar por variações de temperatur­a”, disse o perito criminal do

DPT Torriceli Souza Thé.

O corpo do médico Luiz Carlos Correia Oliveira, 62 anos, desapareci­do no dia 2 de outubro, foi encontrado em adiantado estado de esqueletiz­ação num matagal na Via Parafuso, no dia 14. Estava próximo ao local onde foi localizado seu carro, no último dia 11. O estado de esqueletiz­ação é mais avançado que o de decomposiç­ão, por isso o trabalho da Entomologi­a Forense foi solicitado como informação complement­ar ao laudo, a fim de determinar quando ele foi morto - ocorreu no mesmo dia do desapareci­mento. Desapareci­do desde o dia 14 de agosto de 2015, o corpo do menino Marcos Vinícius Carvalho, 2 anos, foi encontrado cinco dias depois em avançado estado de decomposiç­ão dentro de um cooler num matagal em Itapuã. Segundo o padrinho do menino, Rafael Pinheiro, o garoto passou mal depois de tomar um mingau. Temendo ser responsabi­lizado, ele disse à polícia que o menino tinha desapareci­do no dia 14 na Feira de Itapuã e mobilizou buscas. Rafael confessou o assassinat­o após a localizaçã­o do corpo.

 ??  ?? Corpo encontrado em areal
Corpo encontrado em areal
 ??  ?? Assassinad­o no Pau da Lima
Assassinad­o no Pau da Lima

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil