Promotores criminais desconhecem técnica de investigação
O crime aconteceu em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. No dia 19 de agosto de 2013, o corpo de um homem, 58, foi encontrado dentro de uma geladeira coberta de concreto no quintal de uma casa. A vítima do homicídio, um ex-PM, já estava desaparecida há dois meses. Foi graças às larvas encontradas no cadáver e ao trabalho de Entomologia que se chegou ao intervalo pós-morte e à identidade da vítima. Quando recebem o inquérito policial sobre um homicídio, promotores criminais também têm a sua disposição o laudo cadavérico, com informações da perícia feita no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Mas, apesar de achar interessante o trabalho, o promotor criminal Davi Gallo, do Ministério Público da Bahia, nunca tinha ouvido falar da Entomologia Forense – foi informado, aliás, pelo CORREIO.
“É realmente interessante, mas nesse tempo todo que eu tenho na área, nunca tinha ouvido falar, nem encontrei nos laudos nada sobre o aparecimento dessa especialidade. Nessa parte de crimes dolosos, essa questão realmente fica a cargo de nós, promotores criminais e nós sempre conversamos, mas nunca sobre a respeito disso”, afirma.
O delegado Adailton Adan pontua que a questão do tempo de morte é muito importante para a investigação de casos de homicídios. “Determinadas evidências da morte só podem ser desvendadas por uma equipe dessa natureza. E a determinação do tempo de morte é preponderante para a investigação”, avalia. O trabalho, destaca Adan, torna mais técnica a investigação, a partir da coleta e embasamento em provas científicas.