Indícios apontam que jovens foram executados
DESAPARECIDOS Os primeiros exames nos cinco corpos encontrados anteontem
(6/11) em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, reforçam a hipótese de que sejam do grupo de jovens que desapareceu do Parque São Rafael, zona leste de São Paulo, há duas semanas. “A tomografia e os exames de raio X feitos no Instituto Médico-Legal reforçam muito essa tese”, diz o ouvidor das polícias, Julio Cesar Fernandes. “A ossada de um deles revela uma prótese na coluna. É do corpo que estava com fraldas geriátricas. Provavelmente é de um deles, que era cadeirante”, diz Fernandes. “O outro tinha uma prótese na tíbia. Conversei com a mãe de um dos garotos, e ela me disse que seu filho tinha uma prótese ali”, completou o ouvidor. Além disso, ainda segundo Fernandes, há sinais mais claros de que os corpos encontrados foram vítimas de execução. “Um deles estava amarrado, com aquelas fitas plásticas de algemas. Há tiros na cabeça e no tórax dos corpos”. A polícia de São Paulo investiga o caso dos desaparecimento dos jovens a partir de três suspeitas. A primeira é a de que o grupo tenha sido assassinado por policiais porque um dos jovens tinha uma rixa com um guarda-civil municipal de Santo André. As outra duas dizem respeito à vida pregressa dos jovens, já que alguns deles estavam en- sinais, os peritos farão exames de DNA para confirmar a identidade dos corpos, uma vez que eles estavam em um estado de degradação muito avançado”. Os corpos foram encontrados em uma mata de difícil acesso, na zona rural de Suzano. O delegado do 2º Distrito Policial (Brás Cubas) de Mogi, João Alvarenga, afirmou que os corpos haviam sido encontrados parcialmente enterrados, com as covas cobertas por cal. No local havia nove cápsulas de revólver calibre .40, de uso restrito do poder público, e uma cápsula de calibre 12. Os corpos foram encontrados por um sitiante, segundo o delegado, que suspeitou do cheiro forte e da presença de urubus no local das covas. O secretário da Segurança Pública, Magino Alves, disse que a aparição dos corpos não vai mudar a investigação. “A investigação vai continuar seguindo as linhas que já existiam”. O secretário garantiu que vai apurar a participação de policiais no crime. “Tivemos apreensão lá (no local do encontro) de cartuchos que são de .40, e estamos verificando se são de algum lote comprado pelas forças de segurança”, argumentou, completando que irá ainda verificar se não houve extravio da munição, caso ela de fato tenha sido comprada pelo governo do estado.