Pesquisas indicam disputa acirrada no fim da campanha
As pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem indicam que a eleição para a Presidência dos Estados Unidos vai ser definida por uma margem pequena. E os dois principais candidatos têm chances de vitória. Ontem, duas pesquisas que foram divulgadas apontaram resultados diferentes para a eleição que será finalizada hoje.
Uma nova pesquisa da rede de televisão CBS e do jornal The New York Times mostrou a candidata à Presidência pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, quatro pontos à frente de seu rival, Donald Trump. No levantamento, Hillary tem 47% das intenções de voto, enquanto Trump aparece com 43%. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. No levantamento anterior da CBS/NYT, do dia 3 de novembro, Hillary liderava com
45% e Trump aparecia com 42%. A pesquisa ouviu 1.753 possíveis eleitores, entre os dias 2 e 6 deste mês.
Em outra pesquisa, da Investor's Business Daily (IBD) e da TechnoMetrica Market Intelligence (TIPP), também divulgada ontem, Donald Trump, candidato pelo Partido Republicano, apareceu dois pontos à frente da democrata Hillary Clinton. Segundo o levantamento, Trump aparece com 43,1% das intenções de voto, enquanto Hillary conta com 40,7%.
A liderança de dois pontos de Trump sobre Hillary é a maior nos 20 dias de pesquisa, de acordo com o Investor's Business Daily. Entretanto, em uma disputa somente entre Trump e Hillary, excluindo os outros candidatos, a democrata mantém a liderança, com 43% das intenções de voto, ante 42% do republicano.
No cenário de disputa acirrada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, atravessou o país no último dia antes das eleições presidenciais em um ato final para tentar empurrar a campanha de Clinton. Depois de começar o dia na capital, Washington, Obama foi a Michigan, de lá foi a Durham, em New Hampshire, depois, à Filadélfia para encerrar a campanha ao lado de sua mulher, Michelle Obama, de Hillary e Bill. O cansaço depois de uma eleição tão virulenta é visível entre os americanos. As declarações controversas sobre imigração e sobre as mulheres, feitas por Donald Trump, e o escândalo dos e-mails investigados pelo FBI de Hillary Clinton, quando era secretária de Estado, criaram o maior fenômeno dessa eleição: o voto de rejeição. “Desculpem por essa bagunça”, e “Nunca tivemos uma eleição como essa. Só queremos que acabe logo”, foram algumas das frases ouvidas pelo CORREIO em cinco estados americanos, além da capital, Washington, a convite do governo dos Estados Unidos.
Como um candidato tão controverso como Trump chegou tão longe na disputa parece surpreender alguns, até mesmo americanos, mas dentro do contexto econômico e social dos últimos anos isso não soa tão estranho. “Trump é um fenômeno relativamente novo na eleição americana, mas o Brasil conhece bem esse bicho populista”, disse o diretor do Instituto Brasil, Paulo Sotero, na capital americana.