Correio da Bahia

‘Inhos’ que vão definir o Z4

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Por mais que outros times ainda estejam matematica­mente na luta contra o rebaixamen­to, a briga está cada vez mais polarizada entre Internacio­nal e Vitória. Um ponto separa os dois. É justamente o que determinar­ia o inédito descenso colorado e a permanênci­a rubro-negra, se o Brasileirã­o terminasse hoje.

O Vitória tem essa vantagem porque foi muito competente nos confrontos diretos. Ganhou as duas partidas que fez contra o Inter. Tivesse perdido um desses jogos, por exemplo, o Leão estaria cinco pontos atrás dos gaúchos e precisando de quatro para sair da zona. Tivesse perdido os dois, seriam 11 pontos de desvantage­m para o Inter e o rebaixamen­to estaria praticamen­te sacramenta­do – o Vitória seria o 17º, precisando de sete pontos para sair do Z4.

Mas a guerra contra o Inter está longe de ser vencida, apesar dos times não se enfrentare­m mais. Dos quatro jogos restantes, o caminho do Vitória é, em tese, mais indigesto. O Leão ainda pega o líder e o vice-líder do Brasileirã­o – Santos e Palmeiras. Os outros dois adversário­s estão na parte de baixo da tabela – Figueirens­e e Coritiba. O Inter não joga com nenhum time que hoje faz parte do G6. Mas também não terá vida fácil – enfrenta ainda Ponte Preta, Corinthian­s, Cruzeiro e Fluminense.

O desempenho de dois jogadores vai ser crucial para definir quem entre Inter e Vitória vai permanecer na elite – Marinho e Vitinho. Como são equipes pouco organizada­s, Leão e Colorado dependem muito da performanc­e individual de suas maiores referência­s na atual temporada para vencer. Os dois têm números muito parecidos. Ambos fizeram oito gols e deram quatro assistênci­as no campeonato. Vitinho tem uma partida a mais que o rival –

24. A “Vitinhodep­endência” é maior. Enquanto o Vitória conseguiu fazer 31 gols sem a participaç­ão direta do seu principal jogador, o Inter só fez 20 sem o passe ou a finalizaçã­o de Vitinho.

Para reta final, o destaque rubro-negro chega melhor. Depois de um período afastado por lesão, em que o time simplesmen­te não conseguiu fazer gols, Marinho voltou com tudo. Deu assistênci­a e fez um gol no empate fora com o Fluminense. Deu passe e fez dois na vitória sobre o Atlético-PR. Enquanto isso, Vitinho luta pra sair do departamen­to médico e voltar a ajudar o Inter. Não foi domingo, na derrota para o Palmeiras no Allianz Parque. A recuperaçã­o de Vitinho é chave para Inter e Vitória. Se, quando e como ele vai voltar?

Para o site Chance de Gol, o risco de rebaixamen­to do Vitória é de 38,6%. O do Inter, 46,8%. Isso porque os matemático­s não levam em consideraç­ão as escalações dos times para fechar suas contas. Com Marinho no time e bem fisicament­e, o risco do Leão cai. Sem Vitinho ou com ele longe das condições ideais, quem tem tudo pra cair é o Inter.

Dos quatro jogos restantes, o caminho do Vitória é, em tese, mais indigesto. O Leão

ainda pega o líder e o vice-líder do Brasileirã­o:

Santos e Palmeiras

VERGONHA

Se eu fosse dirigente de um dos grandes da Bahia – Deus me livre - ficaria constrangi­do ao olhar para Chapecoens­e. Desde que subiu, há quatro anos, os catarinens­es têm feito campanhas seguras na elite. Sempre afastando antes da reta final o risco de degola. Agora, o clube é semifinali­sta da Copa Sul-Americana e está muito perto de chegar à final – empatou o jogo de ida do mata-mata com o San Lorenzo, na Argentina. Se, com muito menos tradição, grana, estrutura e torcedores, a Chapecoens­e é capaz de fazer o que tem feito, por que Bahia e Vitória não são?

22 ANOS DEPOIS

Provável campeão brasileiro deste ano, o Palmeiras não ganha o campeonato desde 1994. Naquele ano, tinha entre os titulares, gente como Roberto Carlos, Evair, Edmundo e Rivaldo. Este ano, os destaques são Tchê Tchê, Moisés, Roger Guedes, Zé Roberto e Gabriel Jesus. A comparação evidencia a queda do nível técnico do nosso futebol nessas últimas duas décadas? Talvez não. Mas dá uma boa discussão.

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darino.sena@gmail.com

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