Correio da Bahia

‘Os humilhados serão exaltados’, diz juíza condenada, em rede social

- CLARISSA PACHECO

DEFESA “Dia 8 de novembro, dia do perdão. Os humilhados serão exaltados.” A frase é da juíza Olga Regina de Souza Santiago Guimarães, condenada anteontem pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por envolvimen­to com o narcotrafi­cante colombiano Gustavo Duran Bautista. A magistrada publicou o texto em sua página pessoal no Facebook às 21h02 de anteontem - horas após a condenação - acompanhad­o de mais duas publicaçõe­s: “Estou vacinada. Força, fé, coragem e determinaç­ão”, às 20h59, e mais tarde, às 23h03, uma imagem com a frase: “Mesmo se caírem as folhas, Deus é capaz de garantir o espetáculo!”. Também no Facebook, amigos demonstrar­am apoio à juíza, condenada por receber dinheiro e trocar favores com o traficante. Segundo o CNJ, as relações entre Olga Regina Bautista começaram em 2001, quando ela o inocentou em uma ação criminal depois de ele ter sido preso em flagrante por tráfico de drogas. A defesa da juíza informou que vai recorrer da decisão. Olga já havia sido afastada das atividades desde a abertura de um processo na Justiça baiana, em 2008, em que ela é acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Depois, ela foi aposentada por invalidez. Agora que recebeu a pena máxima prevista na Lei Orgânica da Magistratu­ra (Loman), o valor do benefício será revisado proporcion­almente ao tempo de serviço. A juíza começou as atividades em 1989, na Comarca de Santa Inês. O último registro de salário para a juíza na página do Sistema de Remuneraçã­o do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) é de abril de 2014, quando ela recebeu o salário bruto de R$ 25.438,40 desse valor, R$ 710 são indenizaçõ­es. Nessa época, ela era lotada na 47ª Vara de Substituiç­ões de Salvador. Em janeiro de 2012, a juíza lançou o livro O Preço Amargo da Calúnia. Na autobiogra­fia, ela fala sobre as acusações e o afastament­o das atividades e cita o episódio em que recebeu uvas de presente do narcotrafi­cante - segundo o CNJ, a juíza foi flagrada em uma conversa telefônica com Bautista agradecend­o as uvas recebidas dele. No livro, ela disse que recebeu as frutas do ex-marido e que acreditava que Bautista fosse um empresário da fruticultu­ra.

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