Magnata tem faceta desconhecida
A vida pessoal de Donald Trump vai para além dos escândalos das suas declarações (sempre polêmicas) sobre as mulheres. O novo presidente americano foi casado por três vezes e tem cinco filhos. E foi com a família que celebrou ontem a vitória nas eleições que o tornaram o 45º líder dos EUA, cargo que assumirá a 20 de janeiro.
Durante a campanha, sua atual esposa Melania, teve um papel discreto, principalmente depois de ter sido acusada de plagiar oum discurso de Michelle Obama. Mas sempre que é preciso defendeu o marido acusado de machismo e assédio sexual.
Trump casou pela primeira vez em 1977 com a modelo checa Ivana Zelnícková. Desse casamento, que acabou num divórcio milionário em 1992, nasceram três filhos: Donald Trump Jr., Ivanka Trump e Eric Trump (6 de janeiro de 1984). Um ano depois do divórcio de Ivana, o milionário voltou a casar-se com uma modelo, Marla Maples, mas a união só durou seis anos. Tiveram juntos uma filha: Tiffany. Trump e Melania, outra modelo, se casaram em janeiro de 2005 em um enorme evento social na Flórida. Desta união nasceu Barron, em março de 2006.
NÃO BEBE
Apesar das polêmicas em que se envolveu, Trump tem um lado ainda desconhecido do grande público e que, em parte, é contrário à sua imagem agressiva. O futuro presidente dos EUA, por exemplo, não bebe. Em entrevista à revista americana People (especializada na cobertura de famosos), o republicano contou que não consome álcool desde 1981, quando seu irmão, Fred, morreu aos 41 anos, vítima de alcoolismo.
Trump também é obcecado por limpeza, ao ponto de evitar o contato físico com outras pessoas. O que pode se tornar um estorvo para alguém que teve de apertar milhares de mãos durante a campanha eleitoral. Calcula-se que, em média, o presidente dos EUA aperte mais de 60 mil mãos por ano. “Apertar mãos é uma das maldições americanas… Por acaso sou obcecado em ter as mãos limpas. Me sinto muito melhor depois que lavo as mãos, coisa que faço com a maior frequência possível”, escreveu Trump, em um livro de 1997.
Na campanha, Trump prometeu rever os benefícios pagos pelo governo aos militares e veteranos de guerras. Ele estudou no Colégio Militar de Nova York - onde foi matriculado aos 13 anos por ser considerado um jovem rebelde. Embora tenha herdado a fortuna do pai, sempre se vendeu como um gênio dos negócios. E lançou, em 1988, um jogo de tabuleiro no qual os competidores têm que construir um império empresarial e levar os adversários à falência.
Trump não demonstra nenhum apreço pelo acordo firmado entre os Estados Unidos e o Irã, que impediria o país de produzir armamentos nucleares, o que pode fazer com que haja uma revisão no acordo firmado por Obama. Trump também não se mostrou contrário à aquisição de arsenais nucleares por Japão e Coreia do Sul, o que pode gerar uma forte tensão com a China.
O presidente eleito chamou a Otan de “obsoleta” e prometeu revisar também o funcionamento da organização. A política internacional de Trump, que pode ser baseada em uma relação mais próxima com a Rússia, deve afetar questões como a guerra civil da Síria e os impasses na Ucrânia, por exemplo.
Além de abandonar as medidas de Obama, Trump disse que cancelaria os acordos de Paris de combate à mudança climática. O financiamento americano aos programas de combate ao aquecimento global da ONU também deve ser suspenso. Tudo isso porque Trump é a favor do incentivo aos combustíveis fósseis, com menos regulação para a indústria petrolífera.
A proposta de Trump é construir um muro na fronteira com o México e deportar 11 milhões de imigrantes ilegais além de barrar totalmente a entrada de imigrantes muçulmanos nos Estados Unidos. O tom de Trump durante a campanha é de “veto extremo” à imigração.
Durante a campanha presidencial, Trump se declarou contrário ao acordo de livre comércio entre os países do Pacífico, que seria firmado entre Estados Unidos, Japão e outros dez países com costa no oceano Pacífico. O Nafta, acordo entre Estados Unidos, México e Canadá também pode vir a sofrer revisões.