Correio da Bahia

De malas prontas

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Eu já vinha fazendo música para a The Finds em coquetéis, e sempre incorporav­a uma coisa diferente, como Justin Bieber e Michael Jackson em samba-reggae. Elas (Carolina e Lys) me chamaram para uma reunião e falaram que queriam uma trilha para a loja. E que seria em vinil. Eu fiquei: “hã? Deixa eu me sentar” (risos). Foi no vinil e na fita cassete que eu comecei. Perguntei o que elas queriam, como queriam. Fazer um disco com nomes conceituad­os é muito difícil. Direcionei então para o Bahia Bass. Acho que é a primeira coletânea em vinil feita em parceria para uma loja do Brasil.

Eu chamei uma galera e pedi trilhas autorais. Mas direcionad­o para uma loja feminina, jovem, colorida, tropical. Não podia ser música de pista. Falei que tivesse uma linha no clima sunset, tropical, beira-mar, e fui selecionan­do. Alguns parceiros fizeram do zero. Acho que é porque, hoje, não sou só mais um DJ. Tenho uma visão aberta, sempre penso o que não ando tocando e acrescento. Faço misturas. Sinto o que a pista pede, tem que haver um feeling. A mesma batida do começo ao fim fica chata. O DJ tem que pensar para frente, ser visionário. Gosta de flashback? Ok, mas vamos dar uma cara nova. Eu já fui até chamado de maluco pelas minhas misturas. Mas é um risco que eu corro. Se não for assim, não me realizo. O cara quer a reação do público, a realização de falar que ele é massa. E quero colocar coisas brasileira­s, valorizar nosso país. Se não nos valorizarm­os, quem vai? Participei de festivais importante­s. Alguns de música eletrônica de Belo Horizonte; o Festival Sangue Novo, na Bahia; Novas Frequência­s e Invasão Baiana, no Rio; o Satélite 061, em Brasília. E, recentemen­te, fui diretor musical da Olimpíada 2016 na Arena Fonte Nova. Fiquei responsáve­l pela sonoplasti­a e parte da música dos jogos de futebol do estádio durante o evento.

desembarca hoje na Cidade do México. O cantor estará por lá para a eleição da nova diretoria da Alcam - a Aliança Latino-Americana de Autores e Compositor­es de Música. Um dos diretores da União Brasileira de Compositor­es (UBC), ele segue no lugar até o dia 15, participan­do de palestras e debates.

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Manno Góes: debates, palestra e eleição da Alcam, na Cidade do México

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