Chikungunya será o pior problema de saúde no Verão, diz ministério
CASOS A chikungunya será o maior problema enfrentado neste Verão no país. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou ontem que essa avaliação, feita por técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS), é compartilhada por integrantes do ministério. “Achamos de fato que este ano o número de casos de chikungunya será mais intenso”, disse. Ele não escondeu a preocupação, sobretudo pelo fato de a doença ser incapacitante temporariamente. “O impacto econômico é muito forte.” Na Bahia, até 18 de outubro, foram 49.200 casos suspeitos de chikungunya. A incidência é de 323,6 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2015, foram notificados 24.304 casos suspeitos da doença, transmitida pelo Aedes aegypti, também responsável pelos casos de zika e dengue. O número deste ano, até outubro, é mais que o dobro do registrado em todo o ano passado. Em 2014, Feira de Santana registrou os primeiros casos da doença no estado. O governo federal prepara para lançar no fim deste mês uma campanha de prevenção contra doenças relacionadas ao mosquito. Em vez da ênfase sobre a forma de se evitar criadouros, a campanha quer mostrar o impacto que a picada pode trazer para toda a família. Um alerta também será feito a secretarias estaduais e municipais de Saúde para que elas façam os ajustes necessários para atender pacientes com chikungunya. Isso porque a doença, em muitos casos, pode se tornar crônica, exigindo um atendimento a longo prazo, com fisioterapia e atenção especializada, sobretudo para o alívio da dor. Do total de casos de chikungunya em 2016 na Bahia, foram registradas cinco mortes, sendo uma em Itaberaba, duas em Ilhéus, uma em Santa Luzia e outra sendo investigada em Senhor do Bonfim. Na capital, no bairro do Calabetão, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) faz um mutirão até amanhã em busca de focos do Aedes. Na casa da cozinheira Andréa Baltazar, 32 anos, foram encontrados cinco focos do mosquito em baldes com água. Ela disse que tinha planejado limpar o quintal de casa anteontem, mas acabou adiando o plano e deixou alguns baldes expostos. A ação pretende vistoriar no bairro 3.500 áreas, entre casas, comércios e terrenos baldios. “Os bairros estão sendo escolhidos de acordo com último dado do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que indica que 34 bairros de Salvador apresentaram índice acima de 3,9%, o limite para a infestação”, explicou a subcoordenadora de Vigilância em Saúde da SMS, Isabel Guimarães. No Calabetão, o índice chegou a 5,5%. O próximo mutirão será em Cajazeiras, na semana que vem.