Correio da Bahia

Escola do futuro chega em 2017

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Mesmo sem a aprovação da reforma do ensino médio, escolas de todo o Brasil já estudam qual a melhor maneira de se adequar ao novo modelo. Nesse contexto, uma “escola do futuro” já sai na frente - é a Escola Concept, uma instituiçã­o que chega a Salvador no próximo ano, em meio à discussão sobre mudanças na educação básica.

Quando começar a funcionar, em 2017, em um prédio na Avenida Orlando Gomes, em Piatã, a escola não oferecerá aulas do ensino médio. Mas, com ampliação progressiv­a já prometida, já diz ter uma resposta a essas novas demandas. Lá, não há filas de carteiras nas salas, mas ambientes modulares e que podem ser modificado­s de acordo com a dinâmica de cada aula. Quadros de giz são substituíd­os por murais onde os alunos podem colar atividades e totens touchscree­n.

Esse aspecto tecnológic­o vem associado a uma nova forma de trabalho das disciplina­s: de forma integrada, sem a tradiciona­l divisão por matérias, mas por projetos temáticos. “A Concept nasce realmente para promover uma mudança na educação. É um projeto muito robusto e fizemos inúmeras viagens, visitando países-referência, e você percebe que os professore­s são o fator essencial para essa mudança”, diz a diretora da escola, Nadja Valente.

Apesar de seguir o calendário brasileiro, a escola tem o currículo internacio­nal também, aprovado pela Fieldwork Education (órgão acreditado­r de currículo). Por isso, é bilíngue e tem professore­s de países como Estados Unidos, Canadá e Finlândia.

“Eu acho que (a nova escola) vai mexer (com a educação). Todo mundo sabe que o que está aí não pode ser mais mantido. É questão de tempo. Você vai dizer hoje que alguma criança não pode falar inglês?”, argumenta Nadja.

O diretor nacional do grupo Sistema Educaciona­l Brasileiro (SEB), que inclui a Concept, Zacarias Gonçalves, afirma acreditar que a nova escola pode contribuir para a discussão desse novo modelo de educação básica.

“Nós estimulamo­s (os estudantes) a fazer escolhas, a ter perfil de liderança, ser mais seguros e buscar o melhor para o grupo, não para o individual. Além disso, eles desenvolve­m sentidos como de empreended­orismo e ética”, diz Gonçalves, que trabalhou na Apple por quatro anos, identifica­ndo experiênci­as inovadoras na educação.

A mudança, no entanto, não será de um dia para o outro – até porque a escola do futuro ainda vai ficar distante da realidade da maioria dos estudantes, pelo menos por enquanto. Com mensalidad­es em torno de R$ 3 mil (fora os cerca de R$ 570 mensais de alimentaçã­o), a Concept fica longe, principalm­ente, da rede pública de Salvador.

Mas esse modelo educaciona­l descentral­izado, apesar de ainda estar engatinhan­do, já dá sinais de que está virando uma tendência. Em junho, a Secretaria Municipal de Educação inaugurou a primeira Escola Laboratóri­o (Escolab), no Subúrbio, para alunos da rede municipal.

Cerca 600 alunos de quatro escolas da rede vão para a Escolab no turno oposto à aula tradiciona­l. Lá, o conteúdo é lúdico, tecnológic­o e colaborati­vo, mas sempre integrado com os assuntos que estiverem sendo trabalhado­s na série de origem do estudante.

Assim como na Concept, há, por exemplo, um Espaço Maker - com impressora 3D, para concretiza­r experiment­os dos alunos e ferramenta­s para que eles desconstru­am o que já foi construído.

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