Correio da Bahia

Todas as obras são suspeitas, diz MPF

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Todas as obras de grande porte realizadas no estado do Rio de 2007 a 2014, duração dos dois mandatos do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), estão sob suspeita, informaram ontem os procurador­es da República Lauro Coelho Junior e José Augusto Vagos, da força-tarefa da Lava Jato no Rio.

Eles acreditam que a prática de Cabral de cobrar propina de 5% não se restringia às construtor­as Carioca Engenharia e Andrade Gutierrez, nas quais se concentrar­am as investigaç­ões que culminaram na prisão dele e de outros nove colaborado­res anteontem. Outras empreiteir­as estão sendo investigad­as.

“Infelizmen­te essa era a regra do jogo, era como o gestor público tratava os negócios de Estado junto com as empresas privadas”, afirmou Vagos. O ex-governador usou o dinheiro para sustentar uma vida de luxo. Em seu apartament­o foi encontrado um terno da grife italiana de alta costura Ermenegild­o Zegna avaliado em R$ 22 mil. Também implicada nas investigaç­ões, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo tinha tantos vestidos de festa que eles estavam arrumados em seu armário separados por grifes.

Segundo as investigaç­ões, Cabral recebeu mesada de R$ 350 mil da Andrade Gutierrez e R$ 200 mil (no primeiro mandato) e R$ 500 mil (no segundo) da Carioca. Os valores eram entregues em espécie por executivos da empresa a emissários de Cabral.

Entre as obras mais rentáveis estão a reforma do estádio do Maracanã para a Copa de 2014, a construção do Arco Rodoviário e o Programa de Aceleração do Cresciment­o (PAC) das Favelas. Cada uma custou cerca de R$ 1 bilhão.

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Anthony Garotinho resistiu duramente quando soube que seria transferid­o para Bangu anteontem à noite

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