Correio da Bahia

24h Garotinho tentou subornar juiz, acusa o MPF

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CHEQUINHO A Polícia Federal vai apurar a denúncia de que o ex-governador Anthony Garotinho e seu filho Wladimir Matheus ofereceram propinas de R$ 1,5 milhão e de R$ 5 milhões para influencia­r decisões do juiz eleitoral Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, que decretou a prisão preventiva do ex-governador na Operação Chequinho.

O pedido de instauraçã­o de inquérito partiu da Procurador­ia Regional Eleitoral. Ele pede a investigaç­ão da denúncia de que pai e filho teriam oferecido, “por intermédio de terceiros, ‘quantias milionária­s’ a pessoas conhecidas pelo juiz” a fim de obter decisões favoráveis e evitar a prisão de ambos. O procurador regional eleitoral Sidney Madruga encaminhou ofício à PF na noite de sexta-feira, 18. Ele ressaltou a gravidade dos fatos apontados, “que configurar­iam caso explícito de corrupção”

“Os fatos serão apurados, em caráter urgente, pelo Ministério Público e Polícia Federal, pois a situação retratada pelo magistrado é extremamen­te grave”, diz Madruga. Segundo ele, as duas ofertas relatadas pelo juiz foram de entrega de propinas de R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões. O procurador também expediu ofícios em caráter de urgência ao MP Estadual e para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RJ), em que pede que a promotoria em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, “tome as medidas necessária­s para reprimir possíveis ilícitos criminais e eleitorais cometidos por pai e filho”. A defesa de Garotinho não foi encontrada na manhã de ontem.

O ex-governador do Rio foi transferid­o no início da madrugada de ontem do Complexo Penitenciá­rio de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, para um hospital particular da zona norte da cidade, onde será submetido a exames. A transferên­cia foi determinad­a na última sexta-feira pela ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Lóssio.

Na decisão, a ministra permitia que a transferên­cia de Garotinho para a rede privada de saúde fosse feita desde que o ex-governador arcasse com os custos do atendiment­o. Garotinho fica sob custódia policial enquanto estiver internado, mas pode receber visitas de parentes e advogados. Após os exames, o ex-governador cumprirá prisão domiciliar, conforme determinou a ministra. Garotinho foi preso na quarta-feira (16), acusado de usar o programa social Cheque Cidadão para comprar votos em Campos dos Goytacazes, cidade do norte fluminense, que tem como prefeita a mulher dele, Rosinha Garotinho.

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