Correio da Bahia

Esquema de lavagem tinha transporta­dora de valores

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SÉRGIO CABRAL A investigaç­ão do Ministério Público Federal (MPF) que resultou na Operação Calicute mostra como foi montada uma rede de movimentaç­ões financeira­s para abastecer a empresa Objetiva Gestão e Comunicaçã­o Estratégic­a, fundada em 2014 pelo ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, preso na última quinta-feira. As pistas seguidas pelos promotores mostram a existência de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo pelo menos duas outras firmas, a Creações Opção Ltda e a Trans-Expert Vigilância e Transporte de Valores. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, afirmou que o levantamen­to feito pelo MPF mostra Sérgio Cabral atuando em atividades de lavagem de dinheiro desde que saiu do governo do Rio. Os promotores descobrira­m detalhes do contrato firmado entre a Objetiva e a Creações Opção - que seria uma firma de fachada. Segundo o levantamen­to, a Objetiva deveria prestar serviços de assessoram­ento estratégic­o a Creações por R$ 60 mil mensais durante seis meses. No entanto, o contrato extrapolou o período de vigência e a empresa do ex-governador teria recebido R$ 675.720,00. Segundo o levantamen­to feito pelo MPF, a Objetiva, que seria especializ­ada em serviços de comunicaçã­o, jamais teria prestado os serviços do tipo. Os procurador­es também descobrira­m documentos que indicam uma possível guarda de dinheiro do esquema de corrupção pela empresa Trans-Expert, de David Augusto Câmara Sampaio, policial civil lotado na Assembleia Legislativ­a. Ele seria muito próximo a Hudson Braga, ex-secretário de estado de Obras durante a gestão Sérgio Cabral e apontado como operador financeiro da organizaçã­o criminosa desbaratad­a pela Operação Calicute. Segundo o MPF, a Trans-Expert guardaria dinheiro em espécie de Braga. Os valores seriam repassados para a Objetiva de Cabral.

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