Papa nomeia 17 novos cardeais, um deles brasileiro
COLÉGIO CARDINALÍCIO O papa Francisco nomeou ontem 17 novos cardeais, entre eles o arcebispo de Brasília e atual presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Sergio da Rocha, que passa a participar de escolhas importantes da Igreja Católica. Os nomes indicam um colégio cardinalício mais comprometido com a justiça social. Na homilia da missa do consistório, o pontífice alertou sobre o “vírus da polarização” e disse que, apesar de todos serem diferentes, é preciso não ser “inimigo” dentro da Igreja. “Nós viemos de terras distantes, temos costumes, cores de pele, línguas e condições sociais diversas. Pensamos de maneiras diferentes e celebramos a fé também com ritos diferentes. E nada disso nos torna inimigos, ao contrário, é uma de nossas maiores riquezas”, disse o papa. Segundo a Agência Ansa, a fala de Francisco é uma crítica velada aos recentes momentos de tensão entre os cardeais. Na última semana, foi tornada pública uma carta de questionamentos ao papa por cardeais conservadores. Dos 17 novos nomeados, 13 terão direito a voto em um possível conclave – quando é eleito um novo pontífice. Assim como nos dois consistórios anteriores, o papa optou por “descentralizar” as escolhas da Europa e nomeou novos cardeais asiáticos, africanos e latino-americanos em um número maior que seus antecessores. “Acredito que o pontífice espere a união entre cardeais e comunidade, e aguarde o abraço dos fiéis de tal maneira que sintamos juntos, soframos juntos. Temos que ser servidores da forma mais pura”, disse Sergio da Rocha, no início de outubro, ao jornal Correio Braziliense, quando sua nomeação havia sido confirmada.