Correio da Bahia

A síndrome de Barry/ Romanov pegou Cabral

-

Desde o início da Lava Jato, o andar de cima de Pindorama padece de uma síndrome que pode ser chamada de “Du Barry/Romanov”, em homenagem à Condessa Du Barry (1743-1793) e do grão-duque Mikhail Romanov (1878-1918). Ela ataca pessoas que diante de uma encrenca bíblica pensam que “comigo-ninguém-pode” e decidem desafiar a sorte. Foi o que aconteceu com Marcelo Odebrecht. Mesmo na cadeia, desafiou o Ministério Público. Noutro exemplo, Eduardo Cunha achou que compraria uma passagem para a impunidade ajudando a empossar Michel Temer. Sérgio Cabral duvidou que a Federal fosse ao seu apartament­o e está em Bangu. Há mais gente na fila.

Madame Du Barry era uma mulher bonita, rica e poderosa como namorada de Luís XV. Em 1789, quando a patuleia de Paris revoltou-se, ela fugiu para Londres. Lá, teve a ideia de voltar para a França. Passaram-na na lâmina em 1793. Voltou porque achava que dava. Mais de um século depois, em 1917, o czar Nicolau II abdicou, entregando a coroa ao seu irmão Mikhail Romanov. O grão-duque esquivou-se. Mandou a família para o exterior, mas ficou na Rússia. Achou que dava. Em 1918, ele foi tirado de casa, levado para uma floresta e passado nas armas. Seu corpo nunca foi encontrado (depois de Mikhail, os bolcheviqu­es mataram o czar, sua mulher, cinco filhos e outros quatro grão-duques). Olga, irmã de Nicolau e Mikhail, fugiu em 1920 com duas crianças pequenas, comendo o pão que Asmodeu amassou. Morreu no Canadá em 1958, aos 78 anos. Viveu modestamen­te ao lado do marido, um oficial por quem se apaixonara, levando-a a abandonar um marido gay.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil