Tá quase lá, Baêa!
Não foi apenas um jogo. Foi um espetáculo típico de festival. Daqueles que um adolescente falará até a velhice de como foi marcante estar na Fonte Nova, no duelo entre Bahia e Bragantino, com festa, drama, fé e outro gol no finalzinho para fortalecer o coração.
Com uma marcante contribuição da arquibancada, o tricolor venceu por 3x2, ontem. Faltou apenas a cereja no bolo. O acesso não aconteceu, pois o Náutico venceu o Tupi, por 4x1, se mantendo na briga.
O ritual do torcedor começou cedo. Pelas ruas de Salvador, parecia que a cidade respirava o duelo. Na frente da Fonte Nova, um mar azul, vermelho e branco balançava ao ritmo de cantos tricolores. Dentro do estádio, um amor incondicional vibrava por tudo. Seja pela entrada do mascote, por um adeus de Feijão ou uma defesa do goleiro Muriel ainda no aquecimento.
Com tanta gente apoiando, era obrigação do Bahia dar espetáculo. Logo aos 10 minutos, o gol. Luiz Antônio meteu uma bomba. A bola bateu no travessão e entrou. Aos 18 minutos foi a vez de Hernane fazer o dele, escorando de cabeça escanteio: 2x0.
O jogo parecia fácil, mas o Esquadrão deu uma esfriada e o Bragantino acabou aproveitando um passe de cabeça preciso do árbitro Devarly Lira. A bola sobrou para Rafael Grampola, que driblou Muriel e fez.
Já sabendo do resultado do Náutico, Bahia voltou para o segundo tempo sabendo que o acesso antecipado não seria mais possível. Não fazia mal. Fazer sua parte era suficiente para poder assegurar sua vaga na Série A contra o Atlético-GO na última rodada.
O segundo tempo foi nervoso. Mesmo vencendo e jogando melhor, parecia que o Bahia mantinha a cautela demasiada. O Bragantino quase não assustava, mas o Bahia fazia suspense e não matava um jogo teoricamente fácil.
SUSTO
Aos 24, o susto. Bobeada de Muriel, um momento em que ninguém acreditava, que ninguém mal sabia quem havia feito o gol. Foi Edson Sitta estragando a festa. Porém, a torcida, ao invés de se abater, gritou. Empurrou. Aos 32, Hernane novamente estufou a rede, mas o juiz marcou falta.
E o que parecia desastre passou a ser apenas um susto, uma brincadeira de mal gosto do penetra Bragantino. Aos 42, enquanto a torcida gritava “eu acredito”, Renato Cajá resolveu ser o Anjo 50, o Raudinei, o Hernane. A bola sobrou para o meia, que meteu uma bomba para dentro. O grito de liberdade. Daí pra frente, só foi festa. Não interessava mais se Náutico havia vencido, se o acesso ainda não estava assegurado matematicamente. No coração tricolor, a Série A já está esperando de braços abertos.
Sábado que vem, dia 26, o Bahia vai até Goiânia, onde enfrenta o Atlético-GO, já campeão da Série B, às 16h30. Um empate é suficiente para o tricolor voltar à Série A sem depender de ninguém mais. Se perder, precisa torcer para que ou Vasco, que enfrenta o Ceará no Rio, ou Náutico, que joga no Recife contra o Oeste, não vençam suas partidas, que começam no mesmo horário.
Com mais um gol no final, Bahia vence com festa da torcida
Bahia Muriel, Eduardo, Tiago, Jackson e Moisés; Renê Júnior, Luiz Antônio e Régis (Renato Cajá); Edigar Junio (Mário), Hernane e Victor Rangel (Allano) Técnico Guto Ferreira
Bragantino Renan Rocha, Gabriel Dias (Lincom), Lucas Rocha, Sacomam e Fabiano; Éverton Dias, Edson Sitta e Alan Mineiro; Anderson Ligeiro, Rafael Grampola e Vitor Hugo (Watson) Técnico Estevam Soares
Estádio Fonte Nova Gols Luiz Antônio, aos 10, Hernane, aos
17, e Grampola, aos 30 do 1º tempo; Edson Sitta, aos 24, e Renato Cajá, aos 42 do 2ºt Renda R$ 1.061.006 Público
45.031 Árbitro Devarly Lira do Rosário, auxiliado por Leonardo Mendonça e Valberson Zanotti (todos do Espírito Santo)