Correio da Bahia

Tá quase lá, Baêa!

- Moysés Suzart moyses.suzart@redebahia.com.br

Não foi apenas um jogo. Foi um espetáculo típico de festival. Daqueles que um adolescent­e falará até a velhice de como foi marcante estar na Fonte Nova, no duelo entre Bahia e Bragantino, com festa, drama, fé e outro gol no finalzinho para fortalecer o coração.

Com uma marcante contribuiç­ão da arquibanca­da, o tricolor venceu por 3x2, ontem. Faltou apenas a cereja no bolo. O acesso não aconteceu, pois o Náutico venceu o Tupi, por 4x1, se mantendo na briga.

O ritual do torcedor começou cedo. Pelas ruas de Salvador, parecia que a cidade respirava o duelo. Na frente da Fonte Nova, um mar azul, vermelho e branco balançava ao ritmo de cantos tricolores. Dentro do estádio, um amor incondicio­nal vibrava por tudo. Seja pela entrada do mascote, por um adeus de Feijão ou uma defesa do goleiro Muriel ainda no aqueciment­o.

Com tanta gente apoiando, era obrigação do Bahia dar espetáculo. Logo aos 10 minutos, o gol. Luiz Antônio meteu uma bomba. A bola bateu no travessão e entrou. Aos 18 minutos foi a vez de Hernane fazer o dele, escorando de cabeça escanteio: 2x0.

O jogo parecia fácil, mas o Esquadrão deu uma esfriada e o Bragantino acabou aproveitan­do um passe de cabeça preciso do árbitro Devarly Lira. A bola sobrou para Rafael Grampola, que driblou Muriel e fez.

Já sabendo do resultado do Náutico, Bahia voltou para o segundo tempo sabendo que o acesso antecipado não seria mais possível. Não fazia mal. Fazer sua parte era suficiente para poder assegurar sua vaga na Série A contra o Atlético-GO na última rodada.

O segundo tempo foi nervoso. Mesmo vencendo e jogando melhor, parecia que o Bahia mantinha a cautela demasiada. O Bragantino quase não assustava, mas o Bahia fazia suspense e não matava um jogo teoricamen­te fácil.

SUSTO

Aos 24, o susto. Bobeada de Muriel, um momento em que ninguém acreditava, que ninguém mal sabia quem havia feito o gol. Foi Edson Sitta estragando a festa. Porém, a torcida, ao invés de se abater, gritou. Empurrou. Aos 32, Hernane novamente estufou a rede, mas o juiz marcou falta.

E o que parecia desastre passou a ser apenas um susto, uma brincadeir­a de mal gosto do penetra Bragantino. Aos 42, enquanto a torcida gritava “eu acredito”, Renato Cajá resolveu ser o Anjo 50, o Raudinei, o Hernane. A bola sobrou para o meia, que meteu uma bomba para dentro. O grito de liberdade. Daí pra frente, só foi festa. Não interessav­a mais se Náutico havia vencido, se o acesso ainda não estava assegurado matematica­mente. No coração tricolor, a Série A já está esperando de braços abertos.

Sábado que vem, dia 26, o Bahia vai até Goiânia, onde enfrenta o Atlético-GO, já campeão da Série B, às 16h30. Um empate é suficiente para o tricolor voltar à Série A sem depender de ninguém mais. Se perder, precisa torcer para que ou Vasco, que enfrenta o Ceará no Rio, ou Náutico, que joga no Recife contra o Oeste, não vençam suas partidas, que começam no mesmo horário.

Com mais um gol no final, Bahia vence com festa da torcida

Bahia Muriel, Eduardo, Tiago, Jackson e Moisés; Renê Júnior, Luiz Antônio e Régis (Renato Cajá); Edigar Junio (Mário), Hernane e Victor Rangel (Allano) Técnico Guto Ferreira

Bragantino Renan Rocha, Gabriel Dias (Lincom), Lucas Rocha, Sacomam e Fabiano; Éverton Dias, Edson Sitta e Alan Mineiro; Anderson Ligeiro, Rafael Grampola e Vitor Hugo (Watson) Técnico Estevam Soares

Estádio Fonte Nova Gols Luiz Antônio, aos 10, Hernane, aos

17, e Grampola, aos 30 do 1º tempo; Edson Sitta, aos 24, e Renato Cajá, aos 42 do 2ºt Renda R$ 1.061.006 Público

45.031 Árbitro Devarly Lira do Rosário, auxiliado por Leonardo Mendonça e Valberson Zanotti (todos do Espírito Santo)

 ??  ?? Após marcar gol, Renato Cajá
corre para comemorar perseguido por Hernane, enquanto a torcida vai à loucura
Após marcar gol, Renato Cajá corre para comemorar perseguido por Hernane, enquanto a torcida vai à loucura
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil