Correio da Bahia

MP-BA apura denúncias de tortura praticada por PMs contra presos

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INVESTIGAÇ­ÕES ILEGAIS O Ministério Público da Bahia (MP-BA) investiga denúncias contra policiais militares que atuam no estado. Entre as denúncias, há suspeitas de espancamen­to, tortura e condução de investigaç­ões ilegais por parte da PM, sobretudo no interior do estado. À frente das investigaç­ões está a promotora pública Isabel Adelaide, que decidiu abrir os inquéritos em maio deste ano após solicitaçã­o de juízes baianos. Até o momento, além dos casos de tortura, também é investigad­o se policiais militares conduziram, por conta própria, investigaç­ões criminais, o que é proibido por lei, já que as investigaç­ões cabem à Polícia Civil. O CORREIO procurou o MP-BA, que confirmou a investigaç­ão, mas informou que a promotora Isabel Adelaide não falaria sobre o assunto, para não atrapalhar as investigaç­ões. Em nota, a assessoria da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou que a Polícia Militar atua dentro da legalidade e que os militares envolvidos nas denúncias são investigad­os pela Corregedor­ia da instituiçã­o. “Só em 2016, 15 PMs foram demitidos por condutas discrepant­es ao determinad­o pelo comando-geral da PM. Outros 558 policiais foram presos no período, sem contar as advertênci­as emitidas”, diz a nota. Ainda segundo a SSP, não existe tensão entre as cúpulas das polícias Militar e Civil, “que desde 2011, com a implantaçã­o do programa Pacto pela Vida, intensific­aram ainda mais o trabalho integrado, combatendo a violência no estado”. Na manhã de ontem, durante visita a obras no Centro Antigo da capital, o governador Rui Costa (PT) disse que “o Ministério Público cumpre o seu dever de apurar” e que “o governo do estado estará aberto num diálogo franco para identifica­r possíveis erros ou desvios”. O governador, no entanto, disse não ter conhecimen­to das irregulari­dades apontadas pelo Ministério Público, a não ser pela imprensa. Ele demonstrou ainda insatisfaç­ão com o fato de a investigaç­ão ter sido publicizad­a. “Sentei com a representa­nte do MP e disse o que eu achava que não estava correto e não fui pra imprensa para anunciar que não estava sendo feito de maneira correta. Estou disposto a corrigir qualquer problema que tenha sido identifica­do”, disse. Ainda segundo Rui, o MP não fez pedidos de reunião para falar com o Executivo sobre o assunto. “Quando o MP achar convenient­e, procura o secretário de Segurança, o Comando da Polícia Militar para resolver o que deve ser resolvido”, completou, Procurados para comentar as investigaç­ões, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e a Polícia Militar (PM-BA) não retornaram à reportagem.

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