Temer mantém Geddel; Comissão investigará caso
DENÚNCIAS A Comissão de Ética Pública da Presidência recuou e abriu processo, por unanimidade, para investigar se o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, pressionou o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para liberar a construção de um empreendimento em Salvador nos arredores de uma área tombada. Geddel disse ter comprado apartamento no prédio. Apesar da denúncia, o presidente Michel Temer mandou o porta-voz, Alexandre Parola, anunciar que o ministro fica no cargo. A situação de Geddel, no entanto, é considerada “delicada” e há receio de que novas acusações possam derrubar o articulador político do governo. A decisão da comissão foi tomada no fim do dia, após o conselheiro José Leite Saraiva Filho, indicado para o cargo pelo próprio Geddel, ter pedido vista do caso. Até então, 5 dos 7 integrantes do colegiado haviam dado aval para a abertura de investigação. O pedido de Saraiva Filho adiaria a definição do caso para 14 de dezembro. O episódio repercutiu de forma negativa. O conselheiro, que também é baiano, tomou posse na Comissão de Ética em 6 de setembro deste ano, nomeado já na gestão Temer. Geddel justificou que todas as nomeações passam por ele, que “a indicação foi da bancada de deputados baianos” e que “o antecessor de Saraiva também era da Bahia”. Diante da polêmica, Geddel telefonou à tarde não só para Saraiva, mas também para o presidente da Comissão, Mauro Menezes, pedindo “pressa” na avaliação do caso. Com isso, o pedido foi aprovado com o voto de Saraiva Filho. Geddel foi notificado ontem e terá dez dias para se explicar. Caberá a Temer acatar ou não a decisão do colegiado. Em Paris, o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, disse que Temer está “muito preocupado” com o caso.