Correio da Bahia

Loteamento­s prisi

- Bruno Wendel bruno.cardoso@redebahia.com.br

Presos de facções rivais não ficam no mesmo local por medida preventiva

Assim como acontece nos bairros de Salvador e cidades da Região Metropolit­ana, o Complexo Penitenciá­rio da Mata Escura, o maior do estado, também é divido por facções que disputam o controle do tráfico na Bahia. Três das quatro maiores organizaçõ­es criminosas do estado, Comando da Paz (CP), Caveira e Bonde do Maluco (BDM), estão divididas em cinco unidades – uma delas, inclusive, ocupando um prédio inteiro. As três somam, atualmente, 4.053 internos, entre presos provisório­s e condenados. No estado, são mais de 15 mil pessoas presas, segundo o mais recente levantamen­to do Ministério da Justiça (ver ao lado).

Já quanto à Katiara, que surgiu no Recôncavo e tem mais expressivi­dade no interior, os integrante­s cumprem pena nas unidades prisionais de Feira de Santana, no Centro-Norte do estado, e Paulo Afonso, no Vale São Franciscan­o.

Segundo o Sindicato dos Servidores Penitenciá­rios do Estado da Bahia (Sinspeb), a divisão se faz necessária para evitar uma “carnificin­a” no complexo penitenciá­rio. “Essa divisão é antiga. À medida que as facções vão surgindo, os espaços vão sendo adequados. Historicam­ente, isso surgiu diante da falta de condição do Estado de gerenciar os conflitos e, por sua vez, os gestores permitiram que os presos se organizass­em”, declarou o coordenado­r do Sinspeb, Geonias Oliveira.

IDENTIFICA­ÇÃO

Os presos que chegam ao complexo automatica­mente declaram à direção a qual facção pertencem. “Aquele que não se manifesta de imediato, passa por uma triagem, onde a direção pergunta qual o grupo ele faz parte e é direcionad­o para a unidade específica. Quem não está ligado a nenhuma facção é alojado aleatoriam­ente”, disse Geonias. Mas têm aqueles que grupo nenhum quer, que é o caso de estuprador­es. “Ficam no chamado ‘seguro’, uma cela

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