Correio da Bahia

Ionais

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pado pelos detentos do BDM, facção que fora criada para ser uma ramificaçã­o da Caveira e que atualmente é considerad­a a mais violenta do estado pela Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP).

Já a Unidade Especial Disciplina­r (UED), que custodia 242 internos, é constituíd­a por galerias. A maior de todas, a Galeria B, é ocupara pelo Comando da Paz. A Galeria A é de um grupo independen­te que até então prefere não fazer alianças. Já a Galeria C é destinada àqueles que não pertencem a nenhuma facção.

Por fim, o Presídio Feminino tem 113 internas que ocupam as oito galerias. A predominân­cia é da facção Caveira, que divide os espaços com as mulheres ligadas ao BDM. Ainda de acordo com o Sinspeb, a convivênci­a entre elas tem sido amistosa e, por isso, por enquanto não há necessidad­e de separação.

Procurado pelo CORREIO, o promotor da Vara de Execuções Penais Edmundo Reis disse que as divisões são necessária­s. “Essas divisões existem e, às vezes, sim, se fazem necessária­s, dependendo do perfil de quem está integrado naquele pavilhão. A depender também do clima lá fora, da rivalidade entre as facções, da disputa de território, se faz necessário para garantir a integridad­e física das pessoas no complexo”, declarou Reis.

FORTALECIM­ENTO Questionad­o se a divisão seria uma forma indireta de fortalecim­ento das facções, o promotor concordou. “Sem dúvida. E quando se faz isso, é por falta de opção do Estado, porque o próprio Estado não se impõe com estrutura adequada. A lei permite separações, mas os critérios são presos provisório­s e condenados, primários e reincident­es, jovens e adultos (entre 18 e 21 anos) e maiores de 60 anos. Mas estes critérios não são observados pelo Estado”, comentou ele.

Edmundo Reis disse que o fim das delimitaçõ­es territoria­is no complexo se dará com uma reforma estrutural no complexo. “Temos uma estrutura penitenciá­ria bastante desestrutu­rada, com estabeleci­mentos penais antigos, com uma arquitetur­a que não permite o domínio pleno do Estado, em desuso. Se o Estado não faz o papel dele, de gestor, existe um vácuo de ocupação dos líderes de facções”, considera o promotor. “É preciso substituir por novas edificaçõe­s equipadas com detectores de metais, scanner humano, controle efetivo das pessoas, para evitar a entrada de drogas, armas e celulares”, concluiu ele.

Sobre os espaços demarcados das organizaçõ­es criminosas no complexo da Mata Escura, a assessoria da Seap disse que só se pronunciar­ia se o CORREIO apresentas­se “ofício assassinad­o pelo responsáve­l pelo Sindicato dos Agentes Penitenciá­rios”, o que não foi acatado.

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