Correio da Bahia

CV disputa comércio de drogas e armas com PCC

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A facção criminosa Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, também está na Bahia. Em reportagem publicada no último dia 27, o CORREIO mostrou que a facção carioca vem apostando no fornecimen­to de armas e drogas no mercado baiano, até então dominado pela maior facção do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), de origem paulista. A região Sul do estado tem sido a porta de entrada para a quadrilha carioca.

“Historicam­ente, existe sempre uma tentativa de entrada do CV, mas ainda não há uma consolidaç­ão, porque não há seguidores, diferente do PPC, que é mais organizado”, declarou o promotor Luciano Taques Ghignone, coordenado­r do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizaçõ­es Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Estado (MP-BA).

A morte de mais de 20 pessoas em presídios pelo país, no início do mês passado, é resultado do fim do acordo de paz entre as duas maiores facções do país. Diante disso, a polícia baiana ligou o alerta e agora monitora os grupos. Segundo o promotor, que diz acompanhar a situação com cautela, “o monitorame­nto específico é realizado dentro das unidades prisionais pela Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria e Ressociali­zação (Seap) e, fora delas, pela Secretaria da Segurança Pública através da Superinten­dência de Inteligênc­ia (SI)”, comentou ele.

“Quando a Seap percebe dentro dos presídios um clima diferente, começa a surgir alguma liderança, paralelo a isso, a SSP detecta o aumento de homicídios numa determinad­a área, essas informaçõe­s são passadas ao MP-BA e a gente busca transferên­cias de detentos”, detalhou o promotor.

O diretor do Departamen­to de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), delegado Jorge Figueiredo, afirma que a Bahia nunca foi marcada pela rivalidade entre CV e PCC, mas confirma que a polícia tem acompanhad­o a movimentaç­ão dos grupos.

“Aqui, verificamo­s a presença do PCC apenas como distribuid­or (de drogas e armas), independen­te de qual seja o interessad­o. Os grupos locais têm mais força, firmando o PCC apenas como aliado no que se refere a fornecimen­to”, disse o diretor do Draco, ao garantir também que “a repressão vem sendo realizada de forma qualificad­a, através de análise criminal e dados de inteligênc­ia”.

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