Correio da Bahia

MATANDO SAUDADES

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A ideia de compor uma camerata, formação que mantivesse a sonoridade sinfônica, mas com um conjunto pequeno, também foi de Elomar. Além de João Omar, os outros dois músicos da Camerata Caleidoscó­pio também o acompanham há muitos anos. A flautista Elena Rodrigues, por exemplo, gravou com ele o disco Na Quadrada das Águas Perdidas, de 1978.

SAUDADE

A última vez que Elomar subiu a um palco da capital baiana foi em 2012, quando fez uma participaç­ão no musical Baião de Nóis, dirigido por João Omar, e que homenageou o centenário de Luiz Gonzaga , reunindo também Xangai, Carlos Pita e Targino Gondim. Mas foi em dezembro de 2008, portanto há oito anos, que ele apresentou as antífonas Louvemos ao Senhor, ao lado da Orquestra Sinfônica da Bahia.

“Acredito que Salvador tenha um público saudoso, que há muito tempo não o vê. É interessan­te perceber também que por onde a gente tem passado, um público mais jovem tem comparecid­o, sempre tem muito roqueiro. Curioso isso”, ressalta o filho.

Mas João Omar lembra que o público não deve esperar uma apresentaç­ão de canções. “A fase em que meu pai se encontra é mais de um repertório de ópera, apesar de ele cantar algumas canções antigas. Ele é muito dialogador, por isso, inevitavel­mente, o público também tem de esperar ele conduzir, contar as histórias, não é música atrás de música. Quem manda é ele, que já está na idade de fazer o que quiser”, pondera.

VIDA SIMPLES

Avesso à exposição na mídia para divulgação do seu próprio trabalho, Elomar prefere a vida reclusa da fazenda, longe das grandes metrópoles. Atualmente, passa boa parte do tempo na Casa dos Carneiros, a 20 quilômetro­s de Vitória da Conquista, sua cidade natal. “Cada vez mais ele quer sair menos para tocar. Tem a coisa da alimentaçã­o, das horas de viagem, do avião. Mas quando chega no palco, ele gosta muito, fica muito feliz. É isso que vale a pena”, ressalta o filho.

Sobre o processo de envelhecim­ento, ele conta que o pai encara de forma muito tranquila. “Ele é bastante sábio, a cabeça funciona a mil, e o corpo vai reclamando. Acho que ele tem uma saúde boa, um ambiente melhor, alimentaçã­o saudável. Ele tem entendido bem isso e passado como todo mundo. A idade é simplesmen­te uma armadilha, porque a cabeça está em outro plano, está jovem”, resume João Omar. CONCERTO PLURO Elomar e Camerata Caleidoscó­pio

ONDE Teatro Castro Alves, sábado, às 21h

INGRESSOS R$ 120/ R$ 60, à venda na bilheteria do TCA, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista e no site ingressora­pido.com

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