Correio da Bahia

PM vai apurar presença de policiais em invasões no Litoral Norte

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INVESTIGAÇ­ÃO A participaç­ão de policiais militares na invasão de 5 milhões de m² de terras no Litoral Norte (o equivalent­e a 500 campos de futebol), denunciada ontem pelo CORREIO, será investigad­a pela PM. A corporação informou que a Corregedor­ia não recebeu denúncia. Mas, segundo nota encaminhad­a pela assessoria, ela “será encaminhad­a aos órgãos competente­s da Corporação para levantamen­tos de dados, identifica­ção e apuração do fato”. Ontem, o CORREIO mostrou que terras de grande valorizaçã­o imobiliári­a pertencent­es a Áreas de Proteção Ambiental (APA) e de Proteção Permanente (APP), entre Arembepe e Barra do Jacuípe, estão sendo destruídas por um grupo de pelo menos 2 mil invasores. Boa parte da APP do Rio Capivara já foi tomada e as mais de 15 forças-tarefas organizada­s pela prefeitura de Camaçari não conseguira­m dar conta das ações dos invasores. O Ministério Público (MP) tenta uma ação na Justiça para conseguir a reintegraç­ão de posse de uma parte da área. “Nossa ação é para a região do Sangradour­o, dentro de Arembepe”, diz Luciano Pitta, promotor de Meio Ambiente e Urbanismo. Já a Polícia Civil não iniciou ainda a investigaç­ão. O MP chegou a requisitar à 18ª Delegacia (Camaçari) instauraçã­o de inquérito para apurar as invasões, mas a titular da unidade, Thaís do Rosário, esclareceu que o trecho invadido não pertence à sua jurisdição. “Recebi o documento do MP, mas o devolvi explicando que não é de nossa alçada”, disse. Já a titular da 26ª Delegacia (Abrantes), Maria Daniele, informou que um suposto proprietár­io de um terreno registrou um Boletim de Ocorrência na unidade, mas não apresentou testemunha ou prova das invasões. “Não é dever do Estado proteger terras privadas. Se tenho um terreno, preciso zelar por ele”. O promotor, de certa forma, concorda. “Vamos notificá-los porque podem responder por possíveis danos ambientais que ocorram nas propriedad­es. A responsabi­lidade civil é do proprietár­io do imóvel”. O fato de serem áreas privadas dificulta um pouco a ação do MP. “Cabe aos proprietár­ios impedir que ocorram danos às suas áreas. O Ministério Público só está entrando nisso por ser área de proteção ambiental. Tem o interesse da coletivida­de”, explicou. A PM não deu prazo para início ou conclusão das investigaç­ões pela sua Corregedor­ia sobre a presença de policiais nas invasões.

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