Após caso Geddel, Temer estuda afastar auxiliares sob suspeita
BLINDAGEM O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu mudar de estratégia para evitar que novos escândalos ampliem a crise política no governo. A ideia é que todo ministro sob investigação na Comissão de Ética da Presidência peça afastamento do cargo até a conclusão do processo. A alternativa chegou a ser proposta ao então ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, mas Geddel não concordou e acabou caindo após puxar a crise para o Planalto. O modelo está sendo planejado sob medida para blindar Temer e criar uma espécie de rede de proteção em torno do Planalto. Temer quer seguir esse exemplo como código de conduta de sua gestão. Em conversas reservadas, ele tem dito que está “cansado de apanhar” e vem pagando
“um preço muito alto” por erros e irregularidades cometidas por ministros. Outra estratégia para blindar o presidente tem sido estudada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen. Ele disse ao Estado de S. Paulo que está estudando “soluções tecnológicas” para “tentar proteger” o presidente de tentativas de gravações das conversas com ele, como teria sido feito pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. “Nunca se pensou nisso antes, pelo ineditismo, que pode ter ocorrido, que seria um ministro de Estado, que além do mais é servidor de uma carreira de Estado, gravar o presidente da República”, afirmou. “Se isso de fato aconteceu é um escândalo e é inadmissível”, completou.