O limite era o céu
Uma ascensão meteórica da última até a primeira divisão do futebol brasileiro em cinco anos não era o suficiente. Estar na Série A, para a Associação Chapecoense de Futebol, ainda não era o auge. O limite, até a madrugada de ontem, era desconhecido. Até que um acidente aéreo numa região montanhosa no município de La Unión, na Colômbia, a 50km de Medellín, onde o time catarinense começaria a decidir a Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, hoje, interrompeu um sonho perto de se realizar.
O avião da companhia boliviana Lamia, que transportava a delegação da Chapecoense e membros da imprensa que trabalhariam na cobertura da partida, além da tripulação, caiu quando se aproximava de Medellín. Foi a maior tragédia aérea da história do futebol e do jornalismo. Ao todo, 71 das 77 pessoas a bordo morreram.
Sete foram resgatadas ainda com vida. Entre elas, os atletas Danilo, Alan Ruschel, Neto e Jackson Follmann, o jornalista Rafael Henzel e os tripulantes Ximena Suárez e Erwin Tumiri. Danilo, que era goleiro titular da Chapecoense e foi o herói da classificação da equipe à final continental, não resistiu e morreu no hospital.
Os meias Ananias e Arthur Maia, que passaram por Bahia e Vitória, respectivamente, além do volante Sérgio Manoel, de Xique-Xique, único baiano no voo, também foram vítimas fatais da tragédia.
Da imprensa, foram 20 profissionais mortos, entre eles o comentarista Mário Sérgio, ídolo do Vitória e que também jogou no Bahia, o repórter Victorino Chermont e o narrador Deva Pascovicci, todos do canal Fox Sports.
Quatro pessoas da lista inicial do voo não embarcaram: o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Plínio David, Gelson Merisio, o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina e o jornalista da rádio Super Condá, de Chapecó, Ivan Carlos Agnoletto.