Arthur Maia e o sonho de ser camisa 10 do Leão
Um camisa 10. Arthur Maia não foi diferente dos demais meninos que buscam o sonho de ser jogador de futebol. Em 2002, com pouco mais de 10 anos, se despediu da família em Maceió e se juntou com outros tantos sonhadores que moravam no alojamento da divisão de base do Vitória.
Ele mesmo dizia que havia se tornado adulto aos 10 anos, quando precisou superar qualquer tipo de saudade e dependência dos familiares. Porém, nunca tratou isso como dificuldade, pois era justamente o que queria passar.
Ele era diferente, sem dúvida. Desde pequeno, Maia tinha uma mistura de ambição e obsessão pela camisa 10 do Vitória. Queria ser um número. Uma numeração direcionada ao craque do time, a responsabilidade de ser o cara. Desde os tempos da base, já tinha a camisa 10 como companheira. Destaque em cada categoria, já era esperado no profissional quando tinha completado 16 anos. Resquícios de um peso em que a camisa 10 remete.
Em 2010, aos 17 anos, Maia fez seu primeiro jogo como profissional, contra o Feirense, pelo Campeonato Baiano. Não vestiu a 10, mas substituiu justamente Ramon Menezes, na época dono da camisa. Antes mesmo de ter a camisa 10 do Vitória como sua companheira, conseguiu ser 10 no Joinville, América-RN e até do Flamengo. Mas sempre voltava para o Vitória. Ele queria aquela.
No início de 2016, o sonho parecia se realizar. O Vitória anunciou uma numeração fixa para a temporada e, pela primeira vez, Maia e a camisa 10 se encontraram. Ninguém mais poderia tirar aquele sonho do garoto, agora com 23 anos. Foram 10 jogos até sua saída para a Chapecoense. Ele pertencia ao Leão até 2017.
E se engana quem acha que Maia não realizou o sonho. No único título nacional em que o time conquistou, pela Copa do Brasil Sub-20, ele vestia sua paixão e obsessão. Ele era a referência. Era o camisa 10.