Correio da Bahia

Literalmen­te, faltam palavras

- Bruno Queiroz com Agências bruno.queiroz@redebahia.com.br

Grande parte da imprensa nacional e, principalm­ente, de Santa Catarina se preparava para a cobertura do maior momento da história da Chapecoens­e. No trágico voo, 21 profission­ais de imprensa acompanhav­am a delegação do clube até Medellín. Apenas um sobreviveu: o repórter da rádio Oeste FM, Rafael Henzel, 43 anos.

Dos 20 profission­ais de imprensa mortos na tragédia aérea na Colômbia, que envolveu a delegação da equipe de Chapecó, metade tinha menos de 35 anos e estava no início ou meio de carreira. A outra parte era formada por jornalista­s com muita experiênci­a e carreiras consolidad­as. Os grupos de comunicaçã­o Fox Sports, RBS e Globo foram os que mais perderam profission­ais.

As empresas lamentaram a fatalidade. O mais jovem do grupo de brasileiro­s de imprensa era Bruno Mauri da Silva, 25, de Palhoça (SC), que trabalhava como técnico de externas na RBS TV há quatro anos. Os mais velhos eram todos do Fox Sports: o ex-jogador e comentaris­ta Mário Sérgio, 66, o narrador Deva Pascovicci, 51, e o repórter Paulo Júlio Clement, 51.

Completam as perdas do canal esportivo Lilácio Pereira Júnior, 48, coordenado­r de transmissõ­es externas, o repórter cinematogr­áfico Rodrigo Santana, 35, e o carioca Victorino Chermont, 43, que nas palavras do também narrador Milton Leite, “a morte beira ao absurdo”. “Ele estava no meu grupo restrito de grandes amigos. Aquelas pessoas pelas quais você corre sempre que preciso, faz qualquer coisa para ajudar, estar próximo. Figura rara, ainda mais nesse meio de tanta vaidade que é a televisão”, disse Leite, em sua página em uma rede social.

MAIS JOVENS

Dos jovens que estavam no avião, o repórter André Podiacki, 26, há uma semana celebrava a vida com o nascimento da sobrinha Antônia, de quem foi escolhido padrinho. Ele trabalhava há quase seis anos no Diário Catarinens­e. Giovane Klein Victória, 28, nas palavras de amigos, era “muito bem-humorado e divertido”. Trabalhava há um ano e meio na RBS. Professor universitá­rio e repórter do site Globoespor­te.com em Santa Catarina, Laion Espíndula, 29, era um entusiasta das plataforma­s online do Jornalismo. Ele estava muito empolgado em poder acompanhar o jogo final da Copa Sul-Americana. Do Sul também era o cinegrafis­ta Djalma Araújo Netto, 35, que deixa um casal de filhos.

Quem se salvou da tragédia foi Ivan Carlos Agnoletto, diretor esportivo da rádio Super Condá. A esposa chegou a receber mensagens de pêsames pela morte. O motivo: o nome dele estava na lista de passageiro­s. Mas Agnoletto não viajou. Desistiu no sábado para atender ao pedido de Gelson Galiotto, 41 anos, também narrador da emissora, que sonhava em fazer a cobertura.

Três jornalista­s da Globo também morreram no acidente: o repórter Guilherme Marques, 28, e os repórteres cinematogr­áficos Ari de Araújo Jr. e Guilherme Laars.

Tragédia aérea na Colômbia deixa 20 profission­ais de imprensa mortos

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Deva Pascovicci, 51, era narrador dos canais Fox Sports
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O repórter Victorino Chermont, 43, também não sobreviveu

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