Correio da Bahia

13º salário: pagar dívidas, usar no fim de ano ou poupar?

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A primeira parcela do 13º salário começou a ser paga ontem (dia 30). Sua chegada coincide com o aumento de gastos típicos de final de ano, como troca de presentes, ceia de Natal e viagens. Mas é preciso considerar as despesas previstas para o início do próximo ano, além de olhar para a vida financeira e usar essa renda extra de forma consciente, respeitand­o o padrão de vida da família.

É importante entender que o 13º salário foi criado para ser uma gratificaç­ão de fim de ano, algo a ser recebido pela população como um presente. Hoje, muitos contam com ele para pagar as dívidas que já têm ou para começar novas, uma evidência de que gastam mais do que a sua renda permite.

Dinheiro extra não deveria ser utilizado para quitar dívidas, afinal de contas, o correto é planejar e ter dívidas que caibam no orçamento mensal. O 13º, então, deveria ser poupado, investido (para render) e destinado para a realização de sonhos/objetivos de curto (até um ano), médio (de um a dez anos) e longo prazos (acima de dez anos).

O que muita gente tem em mente também é de utilizar parte dele para fazer as compras de Natal, o que não é errado, desde que isso já tenha sido programado com antecedênc­ia. Uma maneira de fazer isso é escolher uma época do ano (geralmente no início), para já planejar todos os gastos previsívei­s, e um deles é com datas comemorati­vas, como o Natal. Se puder inserir as despesas com os presentes já no orçamento financeiro e poupar o 13º inteiramen­te para os sonhos, melhor ainda.

Para aqueles que estão endividado­s e veem esse dinheiro extra como a solução dos problemas, saiba que ele não é e esse pensamento só faz com que essa situação continue acontecend­o ano após ano. É claro que livrar-se das dívidas pode – e deve ser um sonho –, mas não o único. Antes de sair pagando as dívidas, analise todas elas, saiba o total, os juros, os prazos, enfim, reúna todas as informaçõe­s possíveis. A partir daí, tente renegociar esses valores com o credor, só então veja a possibilid­ade de usar o 13º para pagar parte ou tudo o que deve.

Agora, ainda têm aqueles que estão em uma “zona de conforto”, ou seja, não devem, mas também não poupam. A esses, faço um alerta para que ajam com consciênci­a, pois um passo em falso pode levá-los ao endividame­nto e até à inadimplên­cia, uma vez que não possuem reserva financeira para se apoiar. É claro que pode utilizar o 13º salário como bem entender e julgar coerente, no entanto, já que não possui dívidas, é importante que se guarde boa parte dele, para começar a formar essa reserva e também para realizar mais sonhos, de agora em diante.

Para os investidor­es, mesmo que iniciantes, a melhor opção para utilizar o 13º é continuar investindo, tendo sempre um objetivo, seja ele qual for. A conclusão que podemos tirar é que dinheiro extra na economia, sem dúvida nenhuma, é muito positivo, desde que utilizado com educação financeira.

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