24h Defensoria pede a transferência de presos em complexo superlotado
BARREIRAS Após o assassinato de dois detentos em um mês e uma briga que ocorreu no último fim de semana, 11 presos do Complexo Policial de Barreiras, no Oeste do estado, foram transferidos para Salvador e para Serrinha. Com capacidade para 28 pessoas, o complexo abriga 100. Por causa dessa superlotação, a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) pediu à Corregedoria dos Presídios do Tribunal de Justiça (TJ-BA), no último dia 27, a transferência de todos os cem presos que hoje estão no complexo. Durante uma inspeção na semana passada, a Defensoria identificou, além da superlotação, situações de insalubridade como a falta de locais destinados a visitas, falta de sanitários, de colchões e de pátio para sol. Dos 11 presos transferidos, cinco foram para Serrinha e seis para Salvador. A cidade de Barreiras conta com uma penitenciária cuja construção foi concluída há mais de um ano, com capacidade para mais de 500 detentos. O local, porém, ainda não está em funcionamento, pois depende de uma licitação para definir a empresa que ficará responsável pela gestão do espaço. Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), a quarta licitação já foi lançada. A secretaria afirmou que os outros três processos não deram certo porque as empresas acabaram apresentando um valor muito acima para executar o serviço. A Seap também informou que não há previsão para o presídio começar a funcionar. Em 31 de outubro, o detento Angelo Cássio Araújo, 40 anos, foi morto a facadas dentro do complexo. No corpo dele foi escrito uma mensagem em pasta de dente, pedindo a soltura de detentos. No dia 11 deste mês, outro preso foi morto por companheiros de cela e também foram deixados recados, solicitando a soltura. No dia seguinte, em Feira de Santana, o presídio, que abriga presos acima da capacidade, foi impedido pela Justiça de receber novos detentos.