Sétima queda seguida do PIB põe Brasil na lanterna das economias
ATIVIDADE ECONÔMICA O Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) fechou o 3º trimestre do ano com queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior (abril a junho). Com isso, o país registra o sétimo trimestre seguido de retração da economia. Já no resultado acumulado do ano até setembro, o PIB apresentou recuo de 4% em relação a igual período de 2015, maior queda para este período desde o início da série em 1996. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,580 trilhão. Os dados das Contas Nacionais Trimestrais foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na análise dos subsetores da economia, a agricultura retraiu 1,4% no período, a indústria caiu 1,3% e o setor de serviços registrou queda de 0,6%. Os dados do IBGE mostram ainda que o consumo das famílias recuou 0,6% e o do governo, 0,3%. Já a Formação Bruta de Capital Fixo, que são os investimentos, retorcedeu 3,1%. No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 2,8% e as importações recuaram 3,1%. O resultado confirma que a recuperação da economia ainda está distante e analistas já reveem para baixo suas projeções para o ano que vem. O Bradesco, por exemplo, cortou sua projeção para a alta do PIB de 2017 de 1% para 0,3%. Na média das projeções calculada pela Agência Estado com estimativas de 25 instituições, o PIB brasileiro de 2017 vai subir 0,7% em relação ao de 2016. O resultado apresentado ontem faz com que o Brasil, mais uma vez, ocupe a lanterna em um ranking de 40 países que já divulgaram seus dados oficiais de crescimento para o 3º trimestre do ano. O grupo de países analisado na comparação internacional elaborada pela Austin Rating representa 83% do PIB mundial. De acordo com a agência de classificação de risco, o Brasil está na última posição do levantamento desde o último trimestre de 2015. No terceiro trimestre de 2016, o país foi novamente superado por economias que recentemente passaram por forte crise como a Grécia, Ucrânia e Rússia. Apenas Brasil, Noruega e Rússia tiveram PIBs negativos no período. A Índia teve o melhor desempenho, com crescimento de 7,3% em relação ao terceiro trimestre de 2015.