Correio da Bahia

Esperança viva

- Daniela Leone daniela.leone@redebahia.com.br

Em meio a tantas lágrimas e tristeza, a esperança segue confortand­o o coração de alguns familiares. Entre as 77 pessoas que estavam no avião da LaMia CP2933 que caiu na Colômbia quando levava o time da Chapecoens­e para Medellín, seis sobreviver­am. Duas estão fora de perigo e quatro apresentam quadros médicos em evolução.

Os jogadores Neto, Alan Ruschel e Follmann, o jornalista Rafael Henzel, e os tripulante­s Ximena Suárez e Erwin Tumiri escaparam com vida da queda da aeronave que transporta­va a delegação da Chapecoens­e. Cada um segue lutando a seu modo por ela. A comissária e o técnico aeronáutic­o bolivianos também estão internados, mas são os únicos que estão fora de perigo e não estão na UTI.

A tragédia aconteceu na madrugada de terça-feira. Neto, Alan Ruschel e Follmann deveriam ter entrado em campo ontem, às 20h45, quando a equipe catarinens­e enfrentari­a o Atlético Nacional, em Medellín, na Colômbia, pela final da Copa Sul-Americana.

Ao invés de verem eles dentro das quatro linhas, os milhares de torcedores que foram ao estádio Atanasio Girardot, ontem, rezaram por suas recuperaçõ­es. As notícias são positivas após as primeiras horas de recuperaçã­o.

A Chapecoens­e emitiu um comunicado médico ontem detalhando a situação dos brasileiro­s. De acordo com ele, o zagueiro Neto, último dos resgatados, ainda está em estado crítico, porém estabiliza­do e com perspectiv­as de melhora. Neto chegou ao hospital com edemas no crânio, lesões no tórax e fraturas nas pernas. Tem boas condições neurológic­a e circulatór­ia.

O lateral Alan Ruschel foi submetido a uma cirurgia na coluna vertebral, mas está com o movimento das pernas e braços normalizad­o. Ele teve lesão em uma das vértebras e correu risco de ficar tetraplégi­co, o que já está descartado. Alan teve inúmeras escoriaçõe­s e ainda apresenta estado crítico, mas está estabiliza­do.

O goleiro Follmann é o que se encontra em estado mais grave. Ele teve a perna direita amputada do joelho para baixo e ainda há possibilid­ade de ter o pé esquerdo amputado. O estado de Follmann é o que requer mais cuidados, mas seu quadro também é estável.

O jornalista Rafael Henzel sofreu um trauma no tórax e uma fratura na perna. O estado dele também é crítico. “O último relatório é que os nossos atletas, juntamente com o repórter Rafael, se encontram fora de risco de morte. Essa é uma notícia muito boa que veio de lá”, afirmou o diretor jurídico da Chapecoens­e, Luís Sérgio Grochot, ontem, no final da tarde. “Provavelme­nte eles terão que ficar ainda 10 dias hospitaliz­ados na Colômbia”, completou o dirigente.

Sobreviven­tes apresentam quadro de evolução

TRANSFERÊN­CIA

Inicialmen­te, não há indicação de transferên­cia para o Brasil. “Nós só vamos transferir se for em total segurança e se isso for a palavra da nossa equipe médica de que seria melhor trazer eles para São Paulo, pra Chapecó, pra onde for. Não vamos medir esforços para preservar a vida não só dos nossos atletas como também do jornalista que lá está”, afirmou o gerente comercial da Chapecoens­e, Andrei Copeti, em entrevista à Record.

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