Esperança viva
Em meio a tantas lágrimas e tristeza, a esperança segue confortando o coração de alguns familiares. Entre as 77 pessoas que estavam no avião da LaMia CP2933 que caiu na Colômbia quando levava o time da Chapecoense para Medellín, seis sobreviveram. Duas estão fora de perigo e quatro apresentam quadros médicos em evolução.
Os jogadores Neto, Alan Ruschel e Follmann, o jornalista Rafael Henzel, e os tripulantes Ximena Suárez e Erwin Tumiri escaparam com vida da queda da aeronave que transportava a delegação da Chapecoense. Cada um segue lutando a seu modo por ela. A comissária e o técnico aeronáutico bolivianos também estão internados, mas são os únicos que estão fora de perigo e não estão na UTI.
A tragédia aconteceu na madrugada de terça-feira. Neto, Alan Ruschel e Follmann deveriam ter entrado em campo ontem, às 20h45, quando a equipe catarinense enfrentaria o Atlético Nacional, em Medellín, na Colômbia, pela final da Copa Sul-Americana.
Ao invés de verem eles dentro das quatro linhas, os milhares de torcedores que foram ao estádio Atanasio Girardot, ontem, rezaram por suas recuperações. As notícias são positivas após as primeiras horas de recuperação.
A Chapecoense emitiu um comunicado médico ontem detalhando a situação dos brasileiros. De acordo com ele, o zagueiro Neto, último dos resgatados, ainda está em estado crítico, porém estabilizado e com perspectivas de melhora. Neto chegou ao hospital com edemas no crânio, lesões no tórax e fraturas nas pernas. Tem boas condições neurológica e circulatória.
O lateral Alan Ruschel foi submetido a uma cirurgia na coluna vertebral, mas está com o movimento das pernas e braços normalizado. Ele teve lesão em uma das vértebras e correu risco de ficar tetraplégico, o que já está descartado. Alan teve inúmeras escoriações e ainda apresenta estado crítico, mas está estabilizado.
O goleiro Follmann é o que se encontra em estado mais grave. Ele teve a perna direita amputada do joelho para baixo e ainda há possibilidade de ter o pé esquerdo amputado. O estado de Follmann é o que requer mais cuidados, mas seu quadro também é estável.
O jornalista Rafael Henzel sofreu um trauma no tórax e uma fratura na perna. O estado dele também é crítico. “O último relatório é que os nossos atletas, juntamente com o repórter Rafael, se encontram fora de risco de morte. Essa é uma notícia muito boa que veio de lá”, afirmou o diretor jurídico da Chapecoense, Luís Sérgio Grochot, ontem, no final da tarde. “Provavelmente eles terão que ficar ainda 10 dias hospitalizados na Colômbia”, completou o dirigente.
Sobreviventes apresentam quadro de evolução
TRANSFERÊNCIA
Inicialmente, não há indicação de transferência para o Brasil. “Nós só vamos transferir se for em total segurança e se isso for a palavra da nossa equipe médica de que seria melhor trazer eles para São Paulo, pra Chapecó, pra onde for. Não vamos medir esforços para preservar a vida não só dos nossos atletas como também do jornalista que lá está”, afirmou o gerente comercial da Chapecoense, Andrei Copeti, em entrevista à Record.