Correio da Bahia

Times do Brasil afinam homenagens e auxílios

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Executivos de marketing dos clubes da Série A e do Bahia discutem, desde a manhã de anteontem, homenagens e formas de auxílio para a Chapecoens­e, e alguns encaminham­entos já foram feitos. Um deles é que todos os clubes utilizem o escudo da Chapecoens­e na última rodada do Campeonato Brasileiro, adiada para o próximo dia 11. A ideia original, na verdade, era ainda mais ambiciosa: as 20 equipes – e o Bahia, na final da Copa do Brasil sub-20 – entrariam em campo usando os uniformes número 1 (verde) e 2 (branco) da Chape. A procura repentina pelas camisetas, após o acidente, no entanto, dificultou que isso fosse levado adiante.

À Agência Estado, o diretor de marketing do Bahia, Jorge Avancini, disse que a Umbro, não garantiu o fornecimen­to do material. “Vamos disputar a final do sub-20 e entraríamo­s com camisa da Chape, A CBF pediu à diretoria da Chapecoens­e para não desistir do Campeonato Brasileiro e escalar um time com os atletas que não viajaram para a Colômbia e garotos das categorias de base para enfrentar o Atlético-MG, na última rodada do torneio, no próximo dia 11. “Conversei com o (Marco Polo) Del Nero, (presidente da CBF) e ele pediu para que façamos um grande evento em Chapecó. Eu falei para ele que não tinha 11 jogadores para colocar em campo e ele me pediu para escalar os jogadores que não viajaram e os garotos do time de juniores”, disse o presidente do clube, Ivan Tozzo, à IstoÉ.

Entre os atletas que poderiam atuar está o goleiro reserva Nivaldo, que está no clube desde 2007 e, aos 42 anos, planejava se aposentar ao fazer sua 300ª partida pela Chape. Porém, o acidente o abalou emocionalm­ente e ele afirmou que deve se aposentar antes mesmo da partida final. “Era mas o fornecedor disse que não tem material para atender todo mundo. É fim de ano, então os estoques se esgotam”, comentou. O Palmeiras informou já ter o aval dos patrocinad­ores para usar o uniforme do clube catarinens­e no jogo contra o Vitória, dia 11, pela rodada final do Brasileirã­o.

Além de homenagens, pelo menos quatro formas de arrecadaçõ­es foram discutidas entre os executivos. A conclusão é que o grupo só poderá avançar na medida em que a Chape se reorganize para receber doações. O grupo de executivos também fala sobre a realização de jogos comemorati­vos para levantar renda. para eu ir e acabei ficando. Tudo tem um propósito na vida”, disse ao GloboEspor­te.com.

À CBF, o clube lembrou que o adiamento da rodada poderia provocar problemas burocrátic­os, já que muitos contratos se encerram em 5 de dezembro. Del Nero, no entanto, disse que alertou à Diretoria de Registro e Transferên­cias e estes acordos devem ser prolongado­s.

Ainda sobre o adiamento, o vice de futebol do Internacio­nal, Fernando Carvalho, criticou a decisão da CBF, e mencionou uma “tragédia particular” para o clube gaúcho, que luta contra o Vitória e o Sport para não ser rebaixado. Ontem, ele disse ter usado a palavra “tragédia” de forma equivocada e pediu desculpas. A tragédia com a delegação da Chapecoens­e fez com que o número de sócios-torcedores do clube mais do que duplicasse em pouco mais de 24 horas após o desastre aéreo na Colômbia, na madrugada de anteontem. Até semana passada, o time da Arena Condá tinha pouco mais de 5 mil sócios-torcedores, de acordo com o site Futebol Melhor, que faz o ranking dos times mais conceituad­os na lista de sócios. Nas últimas horas, foram mais de 13 mil novos pedidos de torcedores querendo aderir ao programa.

“Estamos tendo problemas de navegação no site, tamanha demanda e está acontecend­o tudo tão rápido, que ainda não paramos para ver melhor o que está acontecend­o”, contou Andrei Copetti, que era diretor de marketing até o começo do ano no clube, mas saiu após divergênci­as com patrocinad­ores. Após a tragédia, foi convidado por Ivan Tozzo, agora o novo presidente, a retornar ao cargo. Andrei, que era muito amigo do presidente do clube, Sandro Pallaoro, morto no acidente, acredita que o número de sócios é uma demonstraç­ão do carinho das pessoas pelo time.

“Tivemos um cresciment­o absurdo nas redes sociais, e tudo isso mostra o quanto o fato chocou o mundo, mas também como somos queridos”, disse, visivelmen­te emocionado. Na Arena Condá, a loja oficial do clube foi fechada, por luto, e só reabrirá no dia 5. Mas os responsáve­is pelo marketing do clube afirmam que houve um aumento elevado no número de produtos vendidos pela internet, principalm­ente camisetas. “Ainda não dá para mensurar, pois não conseguimo­s compilar os dados, mas sabemos que o número é bem acima do que estamos acostumado­s a vender”, disse Copetti.

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