Caixa 2 de empreiteira financiou eleições em El Salvador, diz jornal
DELAÇÃO Um dos relatos que integram o acordo de deleção premiada dos executivos da Odebrecht envolve a eleição de Mauricio Funes à presidência de El Salvador, em 2009. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, que divulgou a informação, a empreiteira baiana pagou R$ 5,3 milhões de caixa dois à campanha de Funes. E quem teria feito a intermediação foi a ex-primeira-dama de El Salvador e militante do PT desde os anos 80 Vanda Pignato, que na época era casada com Funes. De acordo com a reportagem, o dinheiro, segundo delatores, foi pago em 2008 pela Odebrecht ao marqueteiro João Santana, que comandou a comunicação da campanha que elegeu o presidente. O valor foi descontado do caixa do PT junto à empreiteira, no qual eram feitos pagamentos de valores ilícitos, segundo os delatores. De acordo com eles, o abatimento teve a autorização do então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, ligado a Funes e Vanda Pignato, que é brasileira e não é mais casada com Funes. Hoje, ela é secretária de Inclusão Social do governo de El Salvador, pasta que tem status de ministério. Vanda começou a militar no PT nos anos 1980, chegando a representar o partido na América Central, quando já morava naquele país. Ela se desfiliou da sigla em 2010. Ainda de acordo com a reportagem, o episódio esclareceria um item da planilha nomeado como Posição Italiano310712MO. xls, encontrada pela Polícia Federal nos arquivos do ex-funcionário da Odebrecht Fernando Migliaccio. No documento aparece a anotação “Evento El Salvador via Feira 5.300”. Feira era o codinome de Santana na empreiteira. Os investigadores da Lava Jato concluíram que a planilha tratava de valores ilícitos pagos pelo Setor de Operações Estruturadas, a área de pagamento de propinas da Odebrecht.