Herdeira de uma tradição na Conceição
Reni Barbosa A pequena Reni já nasceu desenganada. A notícia deixou a família perplexa. Exceto sua avó, devota fervorosa de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Os médicos disseram que ela teria, no máximo, 5 anos de vida. Com a fé inabalável, a avó de Reni pediu à santa que livrasse a neta da morte. Está aí! Hoje, Reni Barbosa é publicitária, tem 30 anos, e talvez alimente uma fé por Nossa Senhora da Conceição ainda maior que a de sua avó. Além de integrante da Irmandade e ministra da Eucaristia da Basílica, Reni é uma das que tomam a frente na organização da festa do próximo dia 8. Participa da novena desde o dia 29 de novembro, coordena a comunicação visual dos festejos e ainda curte a festa no meio do povo. “Toda minha vida sempre procurei a fé como refúgio. Por ser apresentada por minha avó Emídia a Nossa Senhora, passei a ser uma devota fervorosa”. A Reni, sobram o carinho e o respeito à diversidade de cultos e comportamento que se pode encontrar na festa da Conceição. Entende a exaltação de Oxum, a forma que a Conceição da Praia toma nas religiões de matriz africana, como uma manifestação de fé bem-vinda. “O que vale é a fé. Nas festas populares, um acaba se emocionando com a fé do outro”. Considerada a festa religiosa mais antiga do país, os festejos são realizados desde 1549, quando o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, iniciou a sua devoção na igreja. A celebração envolve uma missa campal e procissão. Paralelamente, ocorre a tradicional festa de largo próximo ao Mercado Modelo.