Correio da Bahia

Escolha para o futuro

- Lucy Brandão Barreto lucy.barreto@redebahia.com.br

O tempo em que as carreiras mais valorizada­s eram as tradiciona­is, como Medicina ou Direito, ficou para trás. Atualmente, a demanda é cada vez maior por tecnologia, e as mudanças culturais exigem atividades mais dinâmicas e até o acúmulo de profissões. Foi o que apontou um levantamen­to exclusivo feito pelo CORREIO com especialis­tas e institutos de pesquisa, que indicam quais são as 15 carreiras mais promissora­s para quem está escolhendo uma profissão ou pretende mudar de área.

De acordo com a Catho, as cinco profissões em alta já a partir de 2017 são: Especialis­ta em Cloud Computing (armazename­nto de dados em nuvem), Medicina Geriátrica, Gestão de Resíduos, Curadoria de Conteúdo Digital e Biotecnolo­gia.

Segundo a pesquisa Carreiras do Futuro, realizada pelo Profuturo (Programa de Estudos do Futuro), da FIA (Fundação de Instituto de Administra­ção), as carreiras mais promissora­s no mercado serão: gerente de eco-relações, diretor de inovação, gerente de marketing eCommerce, conselheir­o de aposentado­ria, coordenado­r de desenvolvi­mento da Força de Trabalho e Educação Continuada, bioinforma­tionists (cientistas genéticos), técnico em telemedici­na, gerente de propaganda online, coordenado­r de terceiriza­ção offshore e diretor de saúde (ver box).

Alguns motivos apontados pelo Instituto Profuturo para a valorizaçã­o destas áreas são a demanda por serviços cada vez mais personaliz­ados, a busca por qualidade de vida, pessoas com tempo mais escasso e o envelhecim­entopopula­cional.Paraopresi­dente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Bahia), Cezar Almeida, um ponto em comum entre as várias pesquisas que mostram as tendências do mercado detrabalho­nofuturosã­oasáreaspa­ra as quais elas apontam: tecnologia, sustentabi­lidade e saúde.

TECNOLOGIA

Para Cezar Almeida, a tecnologia será responsáve­l pela criação de muitas oportunida­des, mas ele destaca que ela também será a culpada pela eliminação de milhões de postos de trabalho. “Um estudo do Banco Mundial dá conta do fechamento de milhões de vagas em função da tecnologia. Hoje já há casos de carros autônomos transporta­ndo pessoas, há empresas fazendo entregas com drones, então toda essa automação vai gerar uma perda de empregos”, diz.

Ele ressalta ainda que a geração de vagas não será na mesma proporção nem na mesma velocidade que a eliminação de postos de trabalho, daí a preocupaçã­o com a redução da quantidade de oportunida­des no futuro.

Mais importante do que seguir as tendências do mercado de trabalho é valorizar as competênci­as pessoais e buscar seu autoconhec­imento como profission­al. É o que indica o coach e especialis­ta em Carreiras Fábio Rocha. “Se você se conhece, sabe seus pontos fortes e fracos, sabe o legado que quer deixar, aquilo que faz com prazer e que faz parte da sua essência, vai saber buscar o que é melhor para a sua carreira”. Ele afirma que a maioria das carreiras será reinventad­a nos próximos anos. “Algumas até serão extintas e outras novas vão surgir”.

Outra tendência do mercado, segundo o especialis­ta, é o acúmulo e a convergênc­ia entre as profissões. “As gerações atuais terão, naturalmen­te, umas cinco profissões durante sua carreira como um todo. As carreiras não serão mais tão lineares ou fechadas”, diz.

DICAS

Entre os vários conselhos para quem está fazendo a primeira escolha por uma profissão, especialis­tas são unânimes em indicar a importânci­a do autoconhec­imento. “O principal é examinar seus talentos, nunca decidir a profissão baseado em chances de mercado. Isso é condenar a vida a uma oportunida­de de ter uma remuneraçã­o e a vida é muito mais que isso”, argumenta o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Bahia).

Outra indicação é não decidir por uma carreira apenas pelo status, segundo Fábio Rocha. “Aos jovens, eu aconselho começar por si próprio e pelo autoconhec­imento. Não escolher Medicina porque vai dar mais grana ou mais status”, diz Almeida.

Ele aconselha ainda um contato com profission­ais que já atuam no mercado. “Converse com profission­ais da área que você quer seguir, veja o dia a dia das profissões para saber se você vai se identifica­r com a atividade”, completa.

Já para quem está mudando de área, o planejamen­to é o principal conselho. “É importante não tomar nenhuma decisão impensada, procurar um especialis­ta em Carreiras e montar um planejamen­to, porque simplesmen­te chutar o pau da barraca e partir para uma nova profissão pode implicar em prejuízos maiores”, alerta Cezar. Outro ponto que ele destaca é o cuidado quanto às finanças no período de transição de carreira. “É preciso pensar em quanto você precisa economizar para não ter que mexer nas suas economias ou aceitar um novo trabalho simplesmen­te para preencher essa lacuna”, pontua.

Fábio concorda que a mudança deve ser cuidadosam­ente articulada. “Transição é a coexistênc­ia do velho e do novo. Não dá para largar tudo, simplesmen­te”, declara o coach. Ele ressalta também que é necessária uma boa dose de coragem àqueles que desejam migrar de área. “Não recomendo ninguém fazer loucura, mas provoco as pessoas a não ficar em sua zona de conforto porque chegar ao último dia da sua vida e não ter feito o que queria deve ser uma tristeza terrível”, conclui.

Levantamen­to mostra as 15 carreiras em alta nos próximos anos

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