Correio da Bahia

Consignado com garantia do FGTS terá juros mensais de até 3,5%

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CRÉDITO O conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) regulament­ou ontem a linha de empréstimo­s consignado­s com garantia do fundo. O órgão – composto por representa­ntes do governo, dos trabalhado­res e dos patrões – decidiu que a taxa máxima de juros cobrada pelos bancos nesta linha será de 3,5% ao mês e o prazo máximo para o pagamento do empréstimo será de 48 meses. Os juros ficaram maiores do que os cobrados nas operações para os aposentado­s do INSS, de 2,34% ao mês.

A nova linha, com condições mais favoráveis aos trabalhado­res, tendo em vista que a garantia diminui o risco de os bancos tomarem calote, deveria estar em vigor desde 30 de março, quando o governo da presidente afastada Dilma Rousseff mandou a medida provisória (MP) ao Congresso Nacional.

No entanto, a linha só vai estar disponível aos trabalhado­res em 2017. Isso porque a deliberaçã­o do conselho ainda precisa ser publicada no Diário Oficial da União. Depois disso, a Caixa terá mais três meses para regulament­ar o funcioname­nto do crédito. O trabalhado­r vai poder usar 10% do saldo do FGTS e a totalidade da multa rescisória (de 40% sobre o total depositado pelo empregador) como garantia para um empréstimo consignado.

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que abriu a reunião, disse que essa nova linha de financiame­nto vai movimentar a economia brasileira. “É uma garantia para os bancos e uma alternativ­a para o trabalhado­r que precisa de recursos”, afirmou. Ao propor a medida, o governo estimou que se apenas 10% do total do FGTS e mais as multas por demissão sem justa causa fossem usados, seriam injetados R$ 17 bilhões na economia.

Os bancos cobram juros menores “em comparação com outras linhas – nos empréstimo­s consignado­s porque os descontos são feitos diretament­e na folha de pagamento. No caso dos trabalhado­res da iniciativa privada, porém, havia resistênci­a por parte das instituiçõ­es financeira­s por conta do risco de os empregados serem demitidos. As instituiçõ­es financeira­s eram mais restritiva­s aos trabalhado­res da iniciativa privada por conta desse risco. A maior parte do consignado é destinada a funcionári­os públicos e aposentado­s , que respondem por mais de 90% do que foi desembolsa­do.

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