24h Chanceler Angela Merkel inicia corrida para quarto mandato
ALEMANHA A chanceler Angela Merkel venceu um novo mandato para liderar o partido conservador da Alemanha, a principal legenda do país, após reiterar uma posição mais dura sobre a imigração e sua intenção de prevenir uma repetição do grande influxo de imigrantes do ano passado. Merkel concorreu sem oposição na votação da União Democrática Cristã (CDU), se posicionando assim para tentar concorrer a um quarto mandato como chanceler do país.
Ela teve 89,5% dos delegados, pouco menos do que os 96,7% da votação feita dois anos atrás. A votação aconteceu após um discurso em que ela demonstrou um tom fortemente mais conservador, afirmando a membros do partido que ela pretende conter o influxo de imigrantes, acelerar as deportações de ilegais e banir o uso do véu pelas mulheres islâmicas quando possível.
Antes da votação, Merkel tinha se dirigido as suas fileiras para pedir apoio e unidade, após advertir que a campanha para sua reeleição como chanceler “não será fácil”. “Necessito de sua ajuda”, afirmou, para acrescentar que “está em nossas mãos conseguir o futuro que queremos para nosso país”. As próximas eleições gerais na Alemanha já são consideradas muito mais difíceis do que as anteriores por causa da popularidade que a direita radical representada pelo partido Alternativa pela Alemanha (AfD) vem ganhando. Merkel, que adotou uma postura ainda mais conservadora, dirigiu aos delegados um discurso de uma hora e meia no qual prometeu que, se ganhar as eleições, não haverá aumento de impostos. A chanceler admitiu que nem todos os refugiados que chegam à Alemanha poderão permanecer no país, mas garantiu que cada uma das solicitações de asilo será avaliada individualmente para determinar os que têm direito a ficar. Ela também se comprometeu a trabalhar intensamente para a integração daqueles que têm perspectivas de ficar e acelerar as expulsões dos que não estejam nessa situação. Merkel foi ovacionada ao se pronunciar a favor do veto aos véus islâmicos integrais “nos espaços públicos onde é possível sua proibição”, para ressaltar que em uma sociedade aberta temos que andar “com o rosto descoberto”.