Correio da Bahia

Choque de poderes

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O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não aceitou a decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o seu afastament­o da presidênci­a do Senado. Senadores da Mesa Diretora da Casa assinaram ontem um documento para não cumprir o afastament­o de Renan. De acordo com o documento, a Mesa Diretora do Senado - que Renan faz parte irá aguardar decisão do plenário do STF. O oficial de Justiça que iria notificar Renan deixou o Senado depois de quase seis horas de espera e confirmou que Renan preferiu não assinar o recebiment­o.

Ao não reconhecer o documento, Renan tenta ganhar tempo para aguardar a decisão definitiva do plenário do STF. Para isso, ele busca apoio de parlamenta­res que fazem parte da Mesa Diretora da Casa. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) admitiu que alguns senadores concordara­m que Renan não deveria assinar a notificaçã­o. A ideia seria que o presidente do Senado só pode ser afastado quando houver consenso entre os ministros do STF, e não em medida provisória tomada por decisão monocrátic­a, como ocorreu.

Inicialmen­te, a notificaçã­o estava prevista para acontecer às 11h de ontem. O oficial chegou ao Senado às 9h30. Nesse horário, contudo, Renan estava reunido na residência oficial da presidênci­a com o vice-presidente Jorge Viana (PT-AC), o ex-presidente José Sarney e a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Eles discutiam quais poderiam ser as saídas jurídicas para evitar o afastament­o. Com a saída do peemedebis­ta, Viana assumiria o cargo interiname­nte.

À tarde, a bancada da oposição no Senado também se reuniu. Alguns petistas considerav­am a possibilid­ade de não assinar a notificaçã­o “um absurdo”. Eles não querem perder a vantagem de ficar com a presidênci­a, com a saída de Renan. Com o PT no co-

Senado desafia STF, mantém Renan Calheiros e aumenta a crise

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