Correio da Bahia

Arembepe: quatro presos por invadir área protegida

- Da Redação mais@correio24h­oras.com.br

Uma operação contra a grilagem de terras dentro de uma de área de 5 milhões de m² (o equivalent­e a 500 campos de futebol), no Litoral Norte, terminou com cerca de 30 pessoas conduzidas à delegacia, outras quatro presas e mais 40 imóveis irregulare­s demolidos, na manhã de ontem.

As terras, que segundo a Prefeitura de Camaçari seriam invadidas por 2 mil pessoas, fica em uma Área de Proteção Ambiental (APA) e tem diversos pontos considerad­os Área de Proteção Permanente (APP). De acordo com a delegada Maria Danielle Monteiro, titular da 26ª Delegacia (Abrantes), os presos vão responder por crime ambiental, loteamento clandestin­o e organizaçã­o criminosa.

Dezenas de invasores foram ouvidos e liberados. Apenas quatro pessoas apontadas como lideranças ficaram detidas. “Entre eles, indicado como um dos líderes principais, Osvaldo Reis dos Santos, o Careca”, revela a delegada. Além da Polícia Civil, que foi motivada por ofício do Ministério Público para que investigas­se as invasões, a operação envolveu a própria prefeitura local e a Corregedor­ia da Polícia Militar.

A Operação Caratingui (nome da antiga fazenda onde estão as terras) contou com 30 pessoas (policiais e agentes da prefeitura) e 10 viaturas. Enquanto a prefeitura cuidou da demolição das casas, a Corregedor­ia da PM iniciou investigaç­ão sobre as denúncias de envolvimen­to de policiais nas invasões. Em nota, o órgão informou que “não foi constatada a presença de policiais militares, entre as pessoas encontrada­s no terreno”.

ABASTADOS

As denúncias também apontavam para a presença de invasores ricos nos terrenos. Seria gente com dinheiro, empresário­s, autoridade­s e até políticos. “Mas depois das matérias de vocês e de nossas operações, eles sumiram mais. Ali tem gente de todas as classes sociais e os mais pobres servem de massa de manobra”, disse um capitão da PM que comanda as operações e prefere não ser identifica­do.

“Fala-se de pessoas de posse. Fala-se que elas chegam com seus carrões e loteiam a área. Ao menos hoje não as encontramo­s. Mas não quer dizer que elas não participem”, citou a delegada.

Nos depoimento­s dos presos, eles confirmam que a ação é organizada. “Eles citam os orquestrad­ores. Mas não podemos falar para não atrapalhar as investigaç­ões”, explica Maria Danielle.

O advogado dos quatro presos disse que eles invadiram as terras por necessidad­e. “O objetivo é morar no local. Eles não têm onde morar”, declarou Jackson Santa Bárbara. “Vamos entrar com o pedido para que sejam postos em liberdade visto que, casos como esse, existem milhões. A priori, vamos entrar com um pedido de arbitramen­to de fiança”, emendou.

O advogado informou ainda que as áreas invadidas pelos seus clientes já estavam devastadas por desmatamen­to e queimadas. “Eles já encontrara­m a área devastada e aí entraram para ver se dava certo, mas nada que eles estivessem feito como crime. Não fizeram com conhecimen­to do que estava fazendo. Fizeram por necessidad­e”, justificou.

Segundo um dos representa­ntes dos proprietár­ios, Mário Araújo, era por volta das 8h30

Após denúncia do CORREIO, operação detém lideranças e derruba 40 casas

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