Líderes de partidos divergem sobre decisão
decisão de ficar no cargo. Logo após o fim do julgamento, o peemedebista foi cumprimentado por vários senadores que acompanharam com ele, pela televisão, a sessão.
Em meio aos cumprimentos, Renan desmarcou a sessão desta quarta-feira prevista para iniciar às 18h e remarcou para hoje, às 10h para evitar debates. “Vamos deixar a poeira baixar”, disse Renan.
Segundo relatos dos senadores que acompanharam a sessão do STF com Renan, nas conversas entre eles, o voto do ministro Luiz Fux foi considerado como o mais “didático” e “acertado”. “Não estamos agindo com temor nem com receio, estamos agindo com a responsabilidade política que nos impõe”, disse Fux ao votar contra o afastamento de Renan. Para Fux, já há uma agenda no Parlamento sobre a qual o Judiciário não pode ter nenhuma interferência, e por isso o afastamento de Renan significaria um risco.
Em nota, Calheiros comemorou a decisão do STF. “É com humildade que o Senado Federal recebe e aplaude a patriótica decisão do Supremo Tribunal Federal”, cita a nota. “A confiança na Justiça brasileira e na separação dos poderes continua inabalada”, completa Calheiros.
Para Renan, “o que passou não volta mais”. “Ultrapassamos, todos nós, Legislativo, Executivo e Judiciário, outra etapa da democracia com equilíbrio, responsabilidade e determinação para conquista de melhores dias para sociedade brasileira”, cita a nota divulgada pelo senador. Após a decisão do STF de manter Renan Calheiros na presidência do Senado, o clima foi o de tentar voltar à normalidade entre os líderes de partidos políticos sobre a decisão do Judiciário. O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), afirmou que a manutenção de Calheiros no comando da Casa foi “a melhor solução” para o Brasil e criou “uma certa harmonia entre os Poderes aqui em Brasília”. Ainda de acordo com o petista, o assunto é “página virada” e o Supremo evitou “outra crise” no país.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), considerou que a decisão do STF deve ser cumprida. O senador descartou a possibilidade de ter havido um “acordão” entre a cúpula dos dois Poderes para manter Renan na presidência da Casa.
“Acho que seria extremamente pejorativo entender que o Supremo Tribunal Federal se colocaria dessa maneira... as decisões do Supremo devem ser não só respeitadas, mas cumpridas por todos. E não vejo motivo para ter um acordo. Até porque não podemos personalizar a crise. O Supremo Tribunal Federal e o Senado Federal, como instituições, são maiores do que as pessoas que lá compõem os poderes”, disse.
Líder do PV no Senado, Álvaro Dias (PR) se disse preocupado com a decisão de manter Renan na presidência, mas tirá-lo da linha sucessória da Presidência da República. “É complexo discutir decisão judicial, mas me surpreendo com esta decisão parcial, porque ao meu ver, desgasta a instituição. Embora o prazo do mandato seja de apenas oito dias, porque teremos recesso, é uma questão emblemática, que diz respeito à ordem estabelecida”.
Romero Jucá (PMDB-RR), senador e líder do governo no Congresso Nacional, disse que, com a decisão, “sai fortalecida a democracia, o Supremo falou, nós respeitamos e, a partir de agora, nós vamos votar”. Já Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da oposição no Senado, acredita que houve um acordão para salvar Renan. “Foi uma vergonha, um grande acordão por causa da PEC 55 [do teto de gastos públicos]. Simples assim, juntaram-se todos e fizeram uma chantagem a ministros do STF”, argumentou.