Coreia do Sul inicia processo de impeachment da presidente
CRISE POLÍTICA Parlamentares sul-coreanos decidirão, a partir de hoje o destino da presidente Park Geun-hye, em votação de um pedido de impeachment com base em seu envolvimento num escândalo de corrupção e tráfico de influência. A expectativa é que a votação tenha início na madrugada de hoje, hora de Brasília, último dia do ano parlamentar. Para ser aprovado, o texto precisa ter o apoio de dois terços dos 300 parlamentares. Os votos da oposição e de parlamentares independentes somam 172, mas é preciso ainda 28 para chegar nos 200. A imprensa local diz que cerca de 40 correligionários de Park podem votar contra ela. Se a moção de impeachment passar no Parlamento, a presidente conservadora será imediatamente afastada do posto, com seus deveres temporariamente transferidos para o primeiro-ministro, Hwang Kyo-ahn. A Corte Constitucional então terá até seis meses para definir se a presidente perderá mesmo o mandato. Se isso ocorrer, ela será a primeira presidente democraticamente eleita no país a ser tirada do cargo. Roh Moo-hyun (2003-2008) chegou a ter seu impeachment aprovado no Parlamento, mas foi salvo pela Corte Constitucional. Park, 64, é acusada de conspirar com a amiga de infância Choi Soon-sil e o ex-assessor Ahn Chong-bum para pressionar grandes empresas a doar até US$ 69 milhões para duas fundações criadas e dirigidas por Choi. Choi ainda teria sido beneficiada por contratos de sócios e de suas empresas com grandes companhias, como a Hyundai e o grupo de telecomunicações KT. Segundo os promotores, as empresas temiam relatiações caso recusassem os pedidos relacionados a Choi.