Um ano de conquistas para a Bahia
O ano de 2016, ainda que tenha sido o de uma Olimpíada no Brasil, fato que vai demorar muito de acontecer novamente, vai acabar marcado pela tragédia da Chapecoense, pelo seu tamanho e repercussão. Foi o segundo momento do ano em que o Brasil se tornou o foco de todo o mundo. E, infelizmente, na maioria das vezes, os traumas marcam mais que as vitórias. Ainda assim, podemos dizer que a Bahia teve um bom ano esportivo. Para mim, são quatro grandes destaques: Isaquias Queiroz, Jefinho, Amanda Nunes e a dupla Juliana Duque e Amanda Sento Sé.
Isaquias, provavelmente, será eleito atleta do ano no Prêmio Brasil Olímpico. Em seus primeiros Jogos Olímpicos, o ubaitabense se tornou o brasileiro com mais medalhas numa mesma edição. O ouro não veio, mas as duas pratas e o bronze na canoagem o transformaram no personagem de 2016.
Além das conquistas, Isaquias deu aula de humildade e carisma em seu contato com o público. Durante os Jogos, fez questão de falar com os espectadores e tirar fotos, sempre com bom humor e boa vontade. Saiu do total desconhecimento da maioria dos brasileiros para o posto de herói nacional, com todo o merecimento. E o futuro dele ainda reserva muito.
Jefinho comandou a seleção brasileira de futebol de 5 na Paralimpíada do Rio. No jogo mais complicado da campanha, a semifinal contra a China, o Brasil saiu atrás e coube ao baiano marcar dois gols incríveis para levar a equipe à final, em que conquistou o tetracampeonato paralímpico.
Amanda Nunes começou 2016 comendo pelas beiradas e contou com a sorte. Com a vitória de Miesha Tate sobre Holly Holm no início do ano e o ‘ano sabático’ de Ronda Rousey, a disputa do cinturão dos galos do UFC caiu no colo da baiana de Pojuca.
Melhor preparada fisicamente e muito focada, Amanda não deu chances a Miesha. Ainda que perca para Ronda na noite do dia 30, uma derrota não mancharia
Podemos dizer que a Bahia teve um bom ano esportivo. Para mim, são quatro grandes destaques: Isaquias Queiroz, Jefinho, Amanda
Nunes e a dupla Juliana Duque e Amanda Sento Sé
o ano que ela teve.
Na vela, Juliana Duque e Amanda Sento Sé conquistaram o título mundial da classe Snipe com apenas 20 e 15 anos, respectivamente. As atletas do Yacht Clube da Bahia, que vem se fortalecendo cada vez mais em um nível internacional de competição, mostraram, mais uma vez, que quando talento e boa preparação se juntam fica difícil perder. Que o ápice da carreira dos cinco atletas baianos dure cada vez mais.
MAIS
A Bahia pode ter mais um bom resultado ainda em 2016, no surfe. Mas a torcida agora é favor dos rivais de Bino Lopes no WQS que estão disputando o WCT de Pipeline. Com os resultados ruins nas três últimas etapas da divisão de acesso, o baiano caiu da 6ª pra 12ª posição. Como só dez sobem, ele precisa que dois dos Top 10 que também competem no WCT fiquem entre os 22 primeiros da elite que garantem vaga em 2017: Kanoa Igarashi (24º), Jadson André (25º), Jack Freestone (29º) e Jeremy Flores (33º).
Em Florianópolis e no Hawaiian Pro, achei Bino um tanto nervoso e sem desenvolver seu melhor surfe. Em Sunset, a última etapa, já estava um pouco mais solto, mas, ainda assim, abaixo do que já produziu. Se tudo der certo, é preciso trabalhar a mente ainda mais para ficar no WCT.
FÉRIAS
A coluna entra de férias e só volta em 2017. A todos, um ótimo Natal e Ano-Novo e que, no ano que vem, a gente possa ter melhores resultados e mais incentivo ao esporte na Bahia e no Brasil.