Correio da Bahia

Diagnóstic­o financeiro é essencial

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O final do ano pode ser o melhor momento para sair do sufoco, mas para isso é necessário que o consumidor faça um diagnóstic­o de todas a sua vida financeira para que recursos sejam bem aplicados. “É um momento em que entra mais dinheiro na economia, tanto por conta do décimo terceiro, quanto por uma maior demanda de trabalho”, argumenta Marcela Kawauti, economista-chefe da SPC Brasil. “Quem está endividado deve aproveitar para reduzir as dívidas. Se o dinheiro não for suficiente, é importante que a família faça alguns sacrifício­s”, completa.

A economista da SPC aconselha, ainda, que todas as despesas sejam anotadas, para que a família avalie quais delas podem ser cortadas, redirecion­ando o recurso para o pagamento das contas pendentes. “O melhor é resolver agora a situação de inadimplên­cia do que ver a dívida continuar crescendo”, fala.

A educadora financeira Lorena Milaneze reforça que o diagnóstic­o é o primeiro passo antes da decisão do que deve ser feito com um recurso extra, como o 13º. “O consumidor deve detalhar tudo o que ganha, quanto gasta e, principalm­ente, como o dinheiro está sendo gasto”. Na avaliação de Lorena, quando a pessoa está inadimplen­te, essa avaliação precisa ser de um período superior a um mês (30 dias). “Antes de tentar pagar qualquer dívida, o consumidor precisa colocar tudo no papel. Os inadimplen­tes devem checar se em alguma dessas dívidas existem bens como garantia, para que o consumidor não corra o risco de perdê-los”, observa. Na hora de decidir o que pagar primeiro, a educadora financeira recomenda que o consumidor deve elencar prioridade­s, atento às dívidas mais caras também.

“Por conta dos altos juros, no caso específico do cartão de crédito, não adianta ficar pagando o mínimo. É melhor pagar quando tiver um volume maior de dinheiro para tentar quitar o débito. É essencial parar de usá-lo para não alimentar a dívida”. Entender a raiz do endividame­nto é de extrema importânci­a, para que o problema não volte a acontecer. “Se o motivo da inadimplên­cia é o cartão, é preciso se desfazer dele ou deixá-lo em casa”, enfatiza Lorena.

Estabeleça prioridade­s Priorize contas de consumo, dívidas que tenham bens como garantia e juros mais altos, como o cartão de crédito e o cheque especial

Número de credores Se todas as dívidas bancárias forem de uma mesma instituiçã­o, solicite uma proposta única de refinancia­mento com uma taxa de juros menor. Não assuma nenhum valor que não tenha condições de pagar

Negocie presencial­mente Caso seja possível, prefira ir pessoalmen­te à instituiçã­o financeira para negociar, evitanto soluções padrões disponívei­s online

Saia do ciclo Ao iniciar uma renegociaç­ão, é importante reduzir ou eliminar outras despesas para não acarretar um novo endividame­nto

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