Correio da Bahia

Big band com tempero baiano

- Marília Moreira marilia.silva@redebahia.com.br

No final da década de 70, estudantes da Escola de Música da Universida­de Federal da Bahia decidiram criar um grupo instrument­al de linguagem universal, mas com elementos da música popular brasileira. A proposta era ousada e inovadora e foi idealizada por três músicos: Sergio Souto, Thomas Gruetz e Aderbal Duarte, considerad­o o tripé criador do grupo, que pouco tempo depois veio a se chamar Sexteto do Beco, incorporou muitos músicos e se tornou uma big band.

Foram mais de 10 anos de atuação, com uma legião de admiradore­s e apresentaç­ões em diversos palcos da cidade. Além da memória, o Sexteto do Beco deixou um registro gravado, um LP homônimo, lançado há 35 anos e esgotado no mercado há muitas décadas. O “LP com cata-ventos na capa” se transformo­u em objeto de desejo de artistas e colecionad­ores de vários cantos do país e até do exterior.

“Fizemos duas viagens para São Paulo para gravar o disco, que foi lançado em 1981. Em Salvador, não havia condições de gravar um álbum com um grupo daquele tamanho, não tinha estúdio que comportass­e aquilo”, conta Aderbal, que ainda cita um fato bastante curioso. “Ed Motta conheceu o disco no Japão e conseguiu uma cópia em excelente estado quando voltou para São Paulo”, ressalta.

Por conta da demanda, mas sobretudo por sentir a necessidad­e de um resgate e de formação de novas gerações, Sérgio Souto lutou durante anos para reeditar o trabalho. “Quem viveu aquilo viveu, mas quem não viveu não tinha como acessar essa história. Sérgio concorreu em diversos editais para conseguir viabilizar o projeto, que envolvia a reedição e digitaliza­ção do disco e o lançamento de um site. Em 2014, o projeto foi apro- vado, mas poucos meses depois Sergio faleceu”, recorda Beth Rangel, viúva do músico.

Com a morte de Sergio, a família decidiu dar continuida­de ao projeto. “A gente sabia que era um desejo, uma felicidade. Ele sonhou por anos com isso”, diz Beth. Vencedor de um edital da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, o disco ganha reedição com mil CDs e 500 LPs, além de uma versão digital para download. O projeto ainda contempla um website com a história do grupo.

LP histórico do grupo é reeditado e ganha versões em CD e digital

JAM NO MAM

O lançamento de todas essas novidades acontece hoje, a partir das 17h, no Museu de Arte Moderna da Bahia. “Vamos colocar um toca-discos,

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Grupo no show Sexteto Toca Jobim: Veleu Cerqueira, Aderbal Duarte, Thomas Gruetz, Tota Portela, Juraci Pereira, Gerson Barbosa, Sergio Souto, Paulinho Andrade e Sergio Benutti

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