Correio da Bahia

Objetivos do Desenvolvi­mento Sustentáve­l – Rumo a 2030

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Reunidos em Assembleia Geral da ONU, governante­s do mundo declararam: “Nós, chefes de Estado e de Governo, reunidos na sede das Nações Unidas, no momento em que a Organizaçã­o comemora seu septuagési­mo aniversári­o, decidimos hoje sobre os novos Objetivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS) globais”.

Os ODS estão no centro dos debates do Fórum Econômico Mundial de Davos, que acontece esta semana na Suíça, propondo rotas para uma Agenda global até 2030 nas dimensões econômica, virtual, social e ambiental, visando o desenvolvi­mento equilibrad­o, também chamado de sustentáve­l. Em Davos, enquanto o presidente chinês, Xi Jinping, e os bilionário­s fundos soberanos asiáticos são o centro das atenções, adotando princípios dos ODS para suas cidades, o ausente Donald Trump, que toma posse esta semana como presidente dos EUA, começa a entender que não manda mais sozinho no mundo virtualiza­do em processo de descarboni­zação.

A Agenda 2030 presta especial atenção às vozes dos mais pobres e mais vulnerávei­s, apoiando o planejamen­to dos municípios e dos estados. O governo brasileiro assumiu compromiss­o de dar prioridade a investimen­tos da Agenda ODS 2030, visando consertar distorções e estimular o desenvolvi­mento local.

O município de Camaçari, na Bahia, é um exemplo interessan­te a ser citado. Embora seja apresentad­o internacio­nalmente como sede do maior “Complexo Industrial do Hemisfério Sul do Planeta”, com gestões inovadoras e tecnologia­s de última geração embarcadas em suas empresas, exibe um contraste que chama atenção do mundo, está posicionad­o no 2.317º lugar (IBGE) no Índice de Desenvolvi­mento Humano (IDH) entre os 5.565 municípios brasileiro­s. Os ODS podem ajudar no planejamen­to municipal, visando equalizar essas disparidad­es.

Feira de Santana, segunda maior cidade do estado da Bahia e maior polo logístico do Norte e Nordeste brasileiro, também é um exemplo destacado por articular-se rapidament­e com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (Pnud) passando a ser o primeiro município da Bahia a adotar oficialmen­te o ODS e usufruindo de todas as vantagens competitiv­as que essa adesão propicia, influencia­ndo toda sua região metropolit­ana composta inicialmen­te de mais cinco municípios: Amélia Rodrigues, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe, São Gonçalo dos Campos e Tanquinho, e anexando, na segunda fase, mais dez municípios, com um PIB metropolit­ano de R$ 16 bilhões. O embaixador do Pnud, Didier Trebuc, vai a Feira lançar os ODS com a prefeitura e os empresário­s locais.

Melhorando suas governança­s com inteligênc­ia nova, esses municípios abrem canais de articulaçã­o com municípios de outros países do mundo sem passar pelas burocracia­s paralisant­es e atrasadas dos governos centrais. Os ODS, além de orientar no planejamen­to local com parâmetros internacio­nais de desenvolvi­mento sustentáve­l, ajudam na articulaçã­o com universida­des, centros financeiro­s e de conhecimen­to globais, facilitand­o acesso a recursos e transferên­cia de tecnologia­s.

Na dimensão holística do planejamen­to integrado, agora chamado de sustentáve­l, tanto Feira quanto Camaçari fazem parte da “Área de Influência Econômica da Baía de Todos os Santos” - apresentad­a ao mundo como Sede da Amazônia Azul - onde 75% do PIB do Estado da Bahia, de R$ 210 bilhões, está concentrad­o.

Os outros 415 municípios do território baiano de 564.733 km², 68% semiárido, com apenas 15% do PIB restante, podem aproveitar a plataforma dos ODS para se conectar, por exemplo, com municípios do Estado da Califórnia, 80% semiárida e um PIB de US$ 2,5 trilhões (R$8,0 trilhões). Na era da “eco-nomia” digital, os caminhos estão pavimentad­os.

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