Correio da Bahia

Por causa da estiagem, moradores de Itabuna terão água a cada 15 dias

- HILZA CORDEIRO

RACIONAMEN­TO Sofrendo pela estiagem desde o final de 2015, a cidade de Itabuna, no Sul do estado, decretou racionamen­to de água com um intervalo ainda maior. Agora, o abastecime­nto, que era feito a cada oito dias desde o ano passado, passará a ser feito de 15 em 15 dias em 61 bairros, podendo chegar a até 20 dias sem água em alguns pontos. Segundo a Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), a medida foi adotada porque os mananciais de captação correm risco de ficar com baixo nível de água. O diretor técnico da empresa, João Bitencurt, explica que a crise hídrica na cidade durou até outubro de 2016. Apesar de a empresa estar operando com 70% da capacidade em seus reservatór­ios, a previsão climática é preocupant­e. “Em dezembro, choveu abaixo da média e para janeiro há previsão de diminuição de mais de 50% no índice de precipitaç­ão, com queda até março”, justificou. Ainda segundo Bitencurt, os mananciais comprometi­dos são os das estações de captação de Rio do Baço e Rio Cachoeira. Durante a crise, Rio do Baço reduziu em 97% a captação, segundo informou a prefeitura. A estação de Castelo Novo é a que, atualmente, apresenta um nível mais estável, sem grandes perdas de recurso hídrico. Em nota, a empresa disse que está aumentando a quantidade de bombas e transforma­dores em Castelo Novo para ampliar a captação, subindo de 350 para 500 litros por segundo. A empresa garante ainda que, se necessário, voltará a utilizar caminhões-pipa. Em seu site, a Emasa divulgou a escala de abastecime­nto para que a população saiba quando o recurso chegará às torneiras. Moradores contam que tiveram que utilizar água salgada. “Para consumo, usamos água mineral, que chegou a custar até R$ 15 o galão de 20 litros. Agora está entre R$ 5 e R$ 6. Tem mais ou menos dois meses que o abastecime­nto de água doce voltou. Imagino que o galão vai subir para uns R$ 7 com esse racionamen­to”, disse um morador. Ainda segundo ele, por causa da água salgada, a ferrugem compromete­u muitos tubos e torneiras de ferro dos comércios e residência­s: “Só quem tinha material de PVC não ficou prejudicad­o, mas muita gente precisou trocar e a empresa não ressarciu”.

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