Trump diz que dólar está ‘muito forte’ e critica China, que responde
GEOPOLÍTICA O dólar recuou em escala global, ontem, reagindo a declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de que a moeda americana já está “muito forte”. Em entrevista ao Wall Street Journal, ele disse que o dólar já está muito forte em parte porque a China mantém o yuan desvalorizado. “Nossas companhias não podem competir com eles agora porque nossa moeda é muito forte, e isso está nos matando”, declarou Trump, que toma posse na próxima sexta-feira.
No Brasil, contribuiu para a desvalorização do dólar a volta da atuação do Banco Central no câmbio. A autoridade monetária iniciou a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que vencem no início de fevereiro. A operação, que equivale à venda futura de dólares, envolveu 12 mil contratos, no montante de US$ 600 milhões. Com isso, a moeda americana à vista, referência no mercado financeiro, fechou em queda de 0,57%. No primeiro discurso de um presidente chinês no Fórum Econômico de Davos, Xi Jinping atacou os principais pontos da política internacional defendidos por Donald Trump. Foi durante o pronunciamento de abertura do encontro, ontem, em um auditório lotado. Foi muito aplaudido pelo público –formado basicamente pela elite empresarial do planeta. Xi Jinping deixou claro que “a China manterá suas portas sempre abertas” e disse esperar que outros países também o façam. Xi disse também que é preciso respeitar as normas internacionais, quando a maioria dos especialistas considera que a taxação com que Trump ameaça viola acordos. O líder chinês disse que o enfoque chinês voltado para o exterior “é uma bênção para a humanidade”. O presidente lembrou que o “caminho da humanidade nunca foi fácil”, mas alfinetou Trump, sempre sem mencioná-lo: “A saída não é atribuir a culpa aos outros”. O chinês defendeu ainda o acordo de Paris sobre a mudança climática, outro ponto que Trump diz que pretende alterar, embora seja considerado o mais avançado entendimento para combater o aquecimento global. Enquanto Trump faz, uma e outra vez, a defesa do que chama de “América primeiro”, frase interpretada como uma crítica à globalização, Xi considerou o fenômeno como “o resultado natural da evolução científica”.