Correio da Bahia

Detentos de Alcaçuz voltam a se rebelar e medem força

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Detentos da Penitenciá­ria Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, voltaram a se rebelar ontem e ameaçaram se envolver em confrontos internos, de acordo com autoridade­s de segurança. Policiais militares e agentes penitenciá­rios usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para controlar a tensão entre os presos, que continuam transitand­o livremente no interior da penitenciá­ria e ocupando o telhado.

Um vídeo feito de uma das guaritas da unidade mostra barricadas entre o pavilhão 4, dominado por integrante­s do Sindicato do Crime do RN (SDC), e o antigo pavilhão 5, dominado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação do PCC contra o SDC deixou 26 mortos no último sábado.

Nas imagens divulgadas ontem em redes sociais, um policial narra a cena, temendo uma escalada da violência. “A gente atira para poder não deixar ter confronto porque se houver confronto vai ser morte demais. De um lado, tem 400 e poucos do Sindicato e, de outro, tem quase 600 que são do PCC”, disse o PM não identifica­do. O policial receia que a contenção pelas forças de segurança não seja suficiente para evitar novas mortes. “A gente está na batalha para não deixar haver o confronto. Mas aqui não tem condições”, diz.

O governador do estado, Robinson Faria, afirmou ontem que o massacre na penitenciá­ria do RN foi uma “retaliação” à rebelião em Manaus, que ocorreu no começo do mês. “Até hoje, nunca tinha havido um confronto dentro dos presídios entre PCC e Sindicato do Crime RN. Virou uma guerra. Começou no Amazonas, isso é uma retaliação. Essa briga não é do RN”, lamentou.

Apesar do novo tumulto ontem, Faria afirma que a situação “está dentro do controle” e minimizou o clima de tensão justifican­do que até o momento nenhum policial ou agente foi morto no presídio. “Estamos tentando evitar fugas [...]. Os presos no telhado querem intimidar as autoridade­s, não podemos permitir [...]. Agora, não podemos entrar lá e matar todo mundo, provocar um novo Carandiru”, explicou Robinson Faria. Ele informou que seis líderes do PCC foram retirados do presídio e serão transferid­os para penitenciá­rias federais.

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Presos transitam livremente no interior do presídio e ocupam o teto

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