24h Forças Armadas deixam hoje de policiar o Rio
SEM PRORROGAÇÃO O Rio de Janeiro amanhece hoje sem o apoio de nove mil homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica que prestavam apoio às polícias Militar e Civil do estado. Anteontem, o presidente Michel Temer decidiu não manter os militares trabalhando na Operação Carioca apesar do pedido de prorrogação, até o final do Carnaval, feito pelo governador Luiz Fernando Pezão. A recusa de prorrogação foi baseada em argumentos usados pelo Ministério Público Militar que, em documento de três páginas encaminhado ao Palácio do Planalto, na semana passada, pediu a saída das tropas ou a não prorrogação da operação após o prazo inicial de 22 de janeiro, por considerar que elas estavam sendo usadas em caráter “puramente preventivo”, o “que não se coaduna com a previsão legal”, “banalizando” o emprego das tropas federais e criando um “precedente perigoso no sentido de desvirtuamento da sua missão constitucional”. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, justificou a necessidade de saída dos militares explicando que a situação no Rio é de tranquilidade. “A análise continuada da situação do
Rio de Janeiro demonstra que, nesta data (ontem), não existem mais as condições que a lei impõe como necessárias ao emprego das FFAA (Forças Armadas) em operações de GLO (esgotamento ou ausência dos órgãos de segurança pública estadual)”, disse. O ministro da Defesa,
Raul Jungmann, foi na mesma direção, lembrando que “o MP (Ministério Público) manifestou-se contrariamente à continuidade da GLO (garantia da lei e da ordem) no Rio”. Segundo ele, “na cidade o clima é de normalidade, a ordem pública está sob controle e o policiamento estável e cumprindo com suas funções”. Em seguida, Jungmann emendou: “Além do mais, nosso efetivo permanecerá de prontidão para qualquer eventualidade”.