Correio da Bahia

Cantor pipoca no Livro dos Recordes

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representa­r o povo de onde eu vim. Vim da favela!”, diz, levantando a blusa e abrindo a “caixa dos peitos” para mostrar a inscrição tatuada no corpo: “Favela”.

Ele pede que a entrevista do CORREIO seja na varanda da frente. Uma equipe da Nigéria, que produz documentár­io para uma TV local, espera a vez. Dóceis, Eros, Afrodite e Billy The Kid circulam tranquilam­ente. “O homem gosta de cachorro mesmo”, dou a deixa. “Eu tenho poucos amigos, negão!”, explica Igor, admitindo que tem se preservado mais do que antes.

“A melhor coisa que eu fiz foi me preservar. Perdi muito tempo por aí fazendo besteira. Tô descobrind­o a minha família. Tem que virar homem, né?”, pergunta, aproveitan­do uma pausa nas gravações para apresentar a esposa. “Essa aí é minha cumadi. Toda Maria é barril”.

O Verão de Igor tem sido assim. Na manha total. Além de dar umas chegadas na Câmara, faz shows numa boa e recebe muitos convites para participar de ensaios de Verão, mas não vai em qualquer um: “Tem que ter verdade. Tem que ter olho no olho”. Até porque, o foco total agora é na Pipoca do Kannário.

Na segunda-feira de Carnaval (27), no Campo Grande, Igor quer entrar para o Livro dos Recordes. Admite que usou sua condição de vereador para se inscrever na disputa. “Em 2015, foram 585 mil pessoas. Não oficializa­do. Em 2016, um milhão e 200 mil pessoas. Também não oficiali-

OLHA O RAPPA!

Apesar de cada vez mais aconchegad­o no seu ninho, tem um convite que Kannário não recusa de jeito nenhum. O de Falcão, do Rappa. Eles se conheceram recentemen­te e, de cara, se tornaram amigos. Igor já participou de três shows do Rappa em Salvador, um deles no Festival de Verão. Dois artistas de mundos musicais diferentes unidos pelo amor à periferia. O santo bateu.

“Bateu mesmo! Somos amigos. Dois caras de personalid­ade forte. Quando a gente se conheceu, eu fui com minha base, ele com a dele”, diz Kannário, montando a guarda como um lutador de boxe. “Mas aí você bate olho no olho com o cara que tem a mesma filosofia que a sua, aí a base faz assim, ó”, demonstra, baixando a guarda. “Aonde ele tocar aqui na Bahia, ele vem para cá e ninguém fica sabendo. Não é marketing. Parece que a gente se conhece há milhões de anos. Nos falamos todos os dias por telefone”, revela.

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O cantor Igor Kannário puxa a pipoca na Barra, hoje, e segunda-feira no Campo Grande

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